Todas São Elas: Erika Valença retrata o universo feminino em exposição de recortes e colagens
Primeira mostra individual da jornalista Erika Valença será exposto no Bercy Village, nos Aflitos.
Estabelecida em Portugal há seis anos, sendo os últimos três dedicados exclusivamente às artes plásticas, a jornalista e escritora pernambucana, Erika Valença, retorna ao Recife para apresentar sua primeira exposição individual intitulada Todas São Ela.
A mostra, centrada no universo feminino, é construída a partir de colagens elaboradas com materiais selecionados em livrarias, sebos e outros recantos europeus. Os trabalhos serão expostos no espaço do Bercy Village, nos Aflitos, com a curadoria de Márcia Cabral. A vernissage está programada para a próxima quarta-feira (22/11), com início às 19h.
"Em cada mulher, uma história, e, em cada história, o meu reflexo recortado e colado em detalhes. É como se o mundo parasse, e eu, com minha alma de escritora, tivesse encontrado uma segunda forma de escrever histórias, só que dessa vez, ditadas em recortes de figuras femininas", explica Erika.
De tesoura e mãos e olhar atento, Erika compõe esse universo onde todas as personagens são, ao seu modo, reflexos da mãe dela, Ana Maria. Durante suas andanças pelo mundo, a artista desvela novos mundos e encontra inspiração.
Nas tonalidades do Marrocos, descobre o olhar de Fátima; em Roma, conhece Rita e sua imaginação fértil; em Paris, depara-se com a elegância de Dominique e Leonor.
Essas figuras estão presentes em diversos contextos, desde a maior papelaria da Europa, em Barcelona, até a feira de antiguidades da pequena Estremoz, passando por sebos, alfarrabistas, livros, mercados movimentados, igrejas, museus e até mesmo nas embalagens da padaria deixadas sobre as mesas. Sempre existe um encontro, e, deste, brota uma união de afeto, imaginação e dedicação.
Como escreveu Alexandre Rodrigues Sobrinho na dedicatória do catálogo da exposição, - “Viver é um rasgar-se e remendar-se”, já nos disse o multifacetado Guimarães Rosa. Ele, que foi tantos, talvez tenha percebido que só com o coser da agulha da vida e com o remendar da cola do tempo é que é possível captarmos uma fagulha de ideia da pluralidade que cada um de nós representa.
Neste laborioso trabalho que aqui se apresenta, Todas são ela, a artista Erika Valença de Lucena coleta e mistura materiais da existência para representar e recontar, de formas tão diversas, uma única história: a de uma mulher que precisou ser muitas para ser única".
