TRATAMENTO

Hipnose pode auxiliar no tratamento de vícios? Especialista Pyong Lee explica como funciona

O hipnoterapeuta Pyong Lee explica como a hipnose e hipnoterapia pode auxiliar no tratamento de vícios

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Cadastrado por

Lívia Maria

Publicado em 16/05/2022 às 18:15
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A hipnose e a hipnoterapia são temas complicados de debater, seja pelo ceticismo de algumas pessoas em relação aos métodos, como também pela falta de informações sobre o assunto. Entretanto, alguns estudos já mostram resultados promissores no uso de hipnoterapia no tratamento de vícios.

Segundo o hipnoterapeuta Pyong Lee, para entender como a hipnose pode auxiliar no tratamento de vícios, primeiramente, é necessário diferenciar a hipnose da hipnoterapia, já que ambos são comumente confundidos.

O que é hipnose?

O profissional que realiza hipnose geralmente utiliza um pêndulo, o movimento do dedo ou o som da voz para induzir um estado psicológico especial em outra pessoa. A prática pode ser vista em registros do Egito antigo, em 1550 a.C., mostrando que desde então já era algo que aplicado pelos povos.

“A hipnose, de forma simplificada, é o uso da linguagem para criar realidades subjetivas, permitindo diversos fenômenos como a amnésia de informações, alucinação visual, anestesia, dentre outros processos”, explica Lee.

A hipnose é frequentemente utilizada no âmbito do entretenimento, justamente porque causa “reações e fenômenos impressionantes”, sendo usada em apresentações engraçadas.

O que é hipnoterapia?

Já no caso da hipnoterapia, o especialista fala que se trata de um processo terapêutico baseado em evidências científicas da psicologia e neurociência. Neste caso, a hipnose pode ser utilizada como uma ferramenta do processo.

“A hipnoterapia apresenta excelentes resultados no tratamento de transtornos como a depressão, ansiedade, fobias e os vícios. Podemos entender, portanto, que a hipnose em si não irá auxiliar uma pessoa no tratamento dos vícios, pois essa técnica traz apenas alguns fenômenos temporários, como esquecer o próprio nome por alguns minutos. Entretanto, quando combinamos essa ferramenta com um processo terapêutico validado, os resultados positivos são inquestionáveis”, explicou.

Como a hipnoterapia pode ajudar contra vícios?

Pyong Lee afirma que o primeiro aspecto que a hipnoterapia pode auxiliar no tratamento de vícios é no desenvolvimento do autocontrole da pessoa, permitindo que ela tenha uma maior capacidade de evitar comportamentos impulsivos e recaídas ao longo do tratamento.

“Além disso, a hipnoterapia é capaz de reduzir a ansiedade causada pela fissura em relação ao vício, que é justamente a parte mais desafiadora para quem deseja realizar esse tipo de mudança comportamental. No caso do controle da fissura, um bom hipnoterapeuta também saberá passar outras técnicas que podem ser utilizadas ao longo da rotina do cliente”, explica.

Conforme o hipnoterapeuta, muitos casos de dependência química envolvem uma dependência psicológica e emocional relacionada com a droga. Dessa forma, os traumas, depressão, maus tratos, dificuldade de lidar com os fracassos e estresse constante, podem ser alguns outros elementos que mantém um vício ativo.

“A hipnose clínica pode auxiliar a pessoa com técnicas para desenvolver os recursos necessários na resolução e ressignificação dos seus conflitos emocionais. No caso de uma pessoa que fuma pela dificuldade de lidar com a rejeição, a hipnoterapia pode atuar pontualmente nessa questão e enfraquecer os vínculos emocionais com a substância”, exemplifica o especialista.

Além dos pontos mencionados, para Lee, a hipnoterapia se mostra eficiente no tratamento de vícios porque torna a pessoa mais engajada e participativa no processo de tratamento, já que a terapia atua diretamente nos gatilhos psicológicos relacionados com o vício e promove maior autoconhecimento das suas cognições, afetos e comportamentos.

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