Google deve ser forçado a vender o navegador Chrome, diz o Departamento de Justiça dos EUA
Google foi condenado por usar bilhões de dólares para garantir posição dominante como o provedor de busca padrão do mundo em dispositivos eletrônicos
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse, na quarta-feira (20), que o Google deveria vender o navegador Chrome como parte de uma correção judicial para sua monopolização do mercado de busca on-line.
A solicitação segue a vitória do governo este ano em um caso antitruste contra o Google e provavelmente dará início a uma luta legal intensificada com implicações de longo alcance para o negócio principal da gigante da tecnologia.
Lei antitruste dos EUA
A lei antitruste dos Estados Unidos é um conjunto de legislações criado para promover a concorrência justa, impedir a formação de monopólios e combater práticas comerciais desleais que possam prejudicar consumidores e o mercado.
Em uma decisão recente do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, diz que a empresa gastou dezenas de bilhões de dólares em contratos exclusivos para se manter como o provedor de busca padrão em celulares e computadores ao redor do mundo.
Dessa forma, esses contratos deram à empresa a escala necessária para bloquear possíveis rivais, como o Bing e o DuckDuckGo, da Microsoft.
A última vez em que uma grande empresa foi punida foi em 1998 com a própria Microsoft. A empresa foi acusada de práticas anticompetitivas relacionadas ao sistema operacional Windows.
Advogados do governo disseram que a concorrência só pode ser restaurada se o Google separar seu mecanismo de busca dos produtos que ele construiu para acessar a internet, como o Chrome e o sistema operacional Android.
O Chrome controla cerca de dois terços do mercado global de navegadores, de acordo com o site Statcounter. As pesquisas na barra de endereços do Chrome passam pelo Google, a menos que um usuário altere as configurações.
Futuro do Android
O Departamento de Justiça também solicitou que o Google seja impedido de dar acesso preferencial ao seu mecanismo de busca em dispositivos que usam o Android.
Se a plataforma violasse essa regra no futuro, ela teria que alienar o Android também, de acordo com a proposta do governo.
O Google ainda seria proibido de pagar para ser o mecanismo de busca padrão em qualquer navegador, incluindo o Chrome, sob seu novo proprietário.
Atualmente, a Big Tech paga à Apple dezenas de bilhões de dólares por ano para ser o padrão no navegador Safari.
Uso de Inteligência Artificial
De acordo com o Dow Jones Newswires, a proposta do governo também se aplica à inteligência artificial, que está começando a deslocar a busca tradicional.
O Departamento de Justiça quer que o Google seja obrigado a permitir que os editores de sites optem por não ter seus dados usados para treinar seus modelos de IA. Alternativamente, o gigante das buscas poderia pagar aos editores para usar seus dados.
A proposta do Departamento de Justiça pede que o Google compartilhe seus dados de busca com concorrentes.