O que é Diabulimia? Veja transtorno que afeta adolescentes com diabetes

Os transtornos alimentares são sérias condições relacionadas a comportamentos que impactam negativamente a saúde. O médico endocrinologista Cesar Penna destaca que essas condições comprometem a capacidade de funcionar em áreas cruciais da vida.

Entre os transtornos alimentares mais comuns estão a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, o transtorno da compulsão alimentar periódica, e a Diabulimia, esta última frequente entre jovens com diabetes.

"Os transtornos alimentares geralmente envolvem uma obsessão excessiva pelo peso, forma corporal e alimentação, resultando em comportamentos alimentares perigosos que prejudicam a saúde. Esses comportamentos podem impactar significativamente a capacidade do corpo de obter a nutrição adequada, afetando órgãos como coração, estômago, ossos, dentes e boca, além de desencadear outras doenças", esclarece o médico.

No Brasil, aproximadamente 4,7% da população sofre de algum tipo de transtorno alimentar, sendo que entre os adolescentes, essa taxa atinge 10%, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O médico alerta para um grupo que pode ser ainda mais vulnerável. "No caso de adolescentes do sexo feminino com diabetes, há de 2 a 3 vezes mais chances de desenvolver transtornos alimentares em comparação às não portadoras. O mais comum é a diabulimia, caracterizada pela omissão ocasional ou sistemática da dose de insulina com o intuito de perder peso", explica.

A Diabulimia é uma combinação das palavras diabetes e bulimia, referindo-se a um transtorno alimentar em que pessoas com diabetes Tipo 1 deliberadamente consomem menos insulina do que o necessário para perder peso.

"Atualmente, a diabulimia não é reconhecida como um diagnóstico formal pelas comunidades médicas ou psiquiátricas. No entanto, é frequentemente discutida na literatura médica e psiquiátrica, que aborda a condição de pacientes com diabetes Tipo 1 que manipulam intencionalmente as doses de insulina para controlar o peso, acompanhado de comportamentos bulímicos", acrescenta.

Quanto ao tratamento, Penna destaca que, assim como qualquer transtorno alimentar, a diabulimia é passível de tratamento. Este deve envolver uma equipe multidisciplinar de profissionais, como endocrinologista, psiquiatra, psicólogo e nutricionista.

"É crucial que familiares e profissionais de saúde envolvidos no tratamento, especialmente de adolescentes e jovens com diabetes, sejam capacitados para suspeitar e diagnosticar precocemente a presença de transtornos alimentares", conclui o médico. Fonte: Folha BV