Mata Atlântica

CPRH anuncia reformas para a Estação Ecológica de Caetés em Paulista

Localizada no Grande Recife, a Estação Ecológica de Caetés guarda espécies da mata atlântica, como pau-brasil, pitanga, ipês e imbaúba

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 25/01/2017 às 11:11
Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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Área de preservação de mata atlântica de 157 hectares, localizada em Paulista, município da Região Metropolitana do Recife, a Estação Ecológica de Caetés passará por reformas em 2017. O orçamento, no valor de R$ 1,8 milhão, será aplicado na melhoria das instalações elétrica e sanitária, implantação de sistema de captação e reutilização de água de chuva e na recuperação de seis blocos de alvenaria que dão apoio à unidade de conservação.

“Vamos destinar R$ 1,8 milhão para as intervenções, são recursos do fundo de compensação ambiental”, afirma Walber Santana, diretor de Recursos Florestais e Biodiversidade da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) no fim de 2016,quando concedeu a entrevista. O projeto prevê recuperação do pórtico de entrada, novo cercamento da área protegida e substituição do telhado das edificações – banheiros, alojamentos de pesquisadores, prédio administrativo e escola ambiental.

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Estação Ecológica de Caetés, em Paulista, município do Grande Recife, passará por reformas em 2017 - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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Localizada em Paulista, a Estação Ecológica de Caetés ocupa área de 157 hectares de mata atlântica - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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CPRH implantará sistema de captação e reutilização de água de chuva na Estação Ecológica de Caetés - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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Árvores da mata atlântica, como ingá, caju e aroeira são encontradas na Estação Ecológica de Caetés - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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Área de mata atlântica em regeneração na Estação Ecológica de Caetés, em Paulista, no Grande Recife - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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Mata de Caetés, nos anos 80, seria transformada num aterro sanitário. População impediu a obra - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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Répteis, mamíferos e aves habitam a Estação Ecológica de Caetés, unidade de Conservação em Paulista - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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Estação Ecológica de Caetés é refúgio de pintor-verdadeiro, tucano, pica-pau, gavião e beija-flor - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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CPRH usará recursos do fundo de compensação ambiental para as obras na Estação Ecológica de Caetés - Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem

 

A CPRH pretende lançar ainda este semestre a licitação para escolha da empresa que vai executar o serviço. Como esse processo demora uns 90 dias, as obras só poderão começar no segundo semestre. Hoje totalmente vazada, a nova cerca da Estação Ecológica de Caetés vai intercalar arame e placas de concreto de 2 metros de comprimento por 2 metros de largura, que serão grafitadas com participação da comunidade.

Também é intenção da agência estadual instalar um posto de observação de aves no local, com verba de compensação ambiental, mas a proposta não faz parte dessa licitação, informa Walber Santana. “Recebemos de Araripe Serpa, um entusiasta da Estação Ecológica de Caetés, o projeto arquitetônico do observatório de aves. O conselho gestor da unidade de conservação concorda, porém, ainda falta o projeto estrutural, que nós vamos elaborar”, declara.

Nos anos 80, recorda Walber Santana, a mata de Caetés seria transformada num aterro sanitário. Por pressão da sociedade (moradores e indústrias da região), em 1987 o governo transformou a área numa reserva ecológica, denominação alterada para estação ecológica em 1998. Caetés é classificada como Unidade de Conservação de Proteção Integral, portanto, com visitação restrita.

MATA ATLÂNTICA

“A área não tem vocação para o lazer, é um lugar para pesquisa científica e atividades de educação ambiental”, avisa Walber Santana. Os 157 hectares de terra preservam árvores da mata atlântica como pés de ipês, ingá, sucupira, caju, aroeira, imbaúba, cajá, oiti, pitanga e pau-brasil, enumera Narciso Lins, técnico ambiental da Estação Ecológica de Caetés.

Por entre a vegetação se escondem uma infinidade de aves (pintor-verdadeiro, tucanos, pica-paus, gaviões, beija-flores), mamíferos (preguiça, raposa, quati, porco-espinho), primatas (saguins) e répteis (cobras, lagartos). Recentemente, observadores de aves identificaram na estação três beija-flores-bandeirinhas, espécie que não era vista há tempos na mata atlântica, diz Walber Santana.

“As fotos atuais desse beija-flor foram capturadas aqui. Vem gente do Brasil e de outros países para fotografar a ave”, destaca Narciso Lins. O gavião-pega-macaco, que habita áreas de grandes dimensões e não se mostra facilmente, também foi avistado na mata. “Os bichos reaparecem quando a mata se recupera”, diz Narciso, apontando duas áreas de regeneração na Estação Ecológica de Caetés, uma natural e outra por replantio, de 1,2 hectare.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Estação Ecológica de Caetés é usada pela Secretaria de Meio Ambiente de Paulista para ações de educação ambiental em datas comemorativas e para cursos de reciclagem destinado a professores da rede pública. “Alunos frequentam o espaço para atividades escolares”, diz o diretor de Unidades de Conservação e Biodiversidade da cidade, Murilo Chagas.

De acordo com ele, a Estação Ecológica de Caetés integra a lista de unidades de conservação estaduais situadas em Paulista e gerenciadas pelo governo. As outras são Floresta Urbana do Janga, Floresta Urbana de Jaguarana, Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Paratibe, APA do Rio Timbó e APA Aldeia-Beberibe (Camaragibe, Recife, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Araçoiaba, São Lourenço da Mata e Paudalho).

Três unidades municipais estão previstas para serem implantadas na cidade, adianta Murilo Chagas. Uma delas, o Parque Natural Municipal do Frio (Jardim Paulista, Mirueira e Torres Galvão), já tem estudos e projeto pronto. “É uma área pública de 40 hectares que terá um trecho aberto para o lazer e outra parte restrita para pesquisa científica, beneficiando mais de cem mil pessoas que vivem na região”, informa Murilo Chagas.

A proposta é implantar um parque com equipamentos públicos, brinquedos infantis, quadra poliesportiva, anfiteatro, pista para caminhada, estacionamento, área para educação ambiental, observação de aves e arborismo (atividade paga) no trecho já desmatado do terreno. “Há duas empresas interessadas, mas é preciso esperar a situação econômica do País se estabilizar”, observa.

Ainda serão desenvolvidos os projetos para a Floresta Urbana Pau Sangue (no bairro Torres Galvão com trechos de área particular) e a Unidade de Conservação do Ronca (área particular no bairro da Mirueira). Do total áreas protegidas em Paulista, 41% são consideradas áreas unidades de conservação. Em todo o Estado há 81 unidades de conservação criadas por lei, para proteção de mata atlântica e da caatinga.

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