Requalificação

Entenda como está o tráfego no trecho da BR-101 em obras

Rodovia terá 30,7 quilômetros recuperados entre Paulista e Jaboatão dos Guararapes

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Publicado em 21/09/2017 às 6:41
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Rodovia terá 30,7 quilômetros recuperados entre Paulista e Jaboatão dos Guararapes - FOTO: Leo Mota/JC Imagem
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Quem puder evitar trafegar pela BR-101, entre a Guabiraba, no Recife, e Abreu e Lima, na Região Metropolitana, é bom fazê-lo. Se a circulação na rodovia já era difícil por conta do excesso de buracos, agora está ainda mais complicada com a interdição de um trecho de quatro quilômetros da pista da direita no sentido Recife/Igarassu, entre os quilômetros 55,6 e 51,6 – da altura da Disbec Distribuidora até próximo ao Terminal Integrado de Abreu e Lima. O bloqueio é necessário para execução da requalificação dos 30, 7 quilômetros entre as cidades de Paulista e Jaboatão dos Guararapes, no percurso conhecido como Contorno do Recife.

Com a interdição, os veículos que saem do Recife em direção a Paulista estão sendo desviados para a pista da esquerda, que funciona em mão dupla, uma faixa em cada sentido. “Peguei o maior engarrafamento, mas isso já é comum, só piorou. Já estava em tempo de darem uma solução a essa BR. Vamos sofrer muito, deixaram a rodovia se acabar”, disse a motorista Verônica Souza, 34 anos, que não sabia da obra.

“Estive visitando e observei que os acessos ao Recife pela Avenida Norte e Casa Forte fluíam bem, havendo retenções na Guabiraba, mas não se faz um serviço desse porte sem transtornos”, destacou o secretário estadual de Transporte, Sebastião Oliveira. “A melhor opção para quem vai do Recife em direção às praias do Litoral Norte e municípios da região é utilizar a PE-15 e já sair em Abreu e Lima, depois da interdição”. A volta ao Recife também pode ser pela PE-15.

DESVIOS E ACESSOS

Os motoristas que seguem pela BR-101 encontrarão (a 1,5 quilômetro depois do desvio) a primeira opção de acesso à direita, para Jardim Paulista, Paratibe, Estrada do Pica Pau, PE-22 e Olinda. Mais à frente, há outros dois acessos a Arthur Lundgren e Caetés. Para evitar que os ônibus atrapalhassem ainda mais o trânsito, foram criadas baias nos acostamentos e canteiros para embarque e desembarque de passageiros.

A obra é a primeira de recuperação definitiva da rodovia desde sua construção, em 1975. De lá para cá, houve apenas serviços de manutenção. O investimento de R$ 192,6 milhões (10% é contrapartida do Estado e o restante da União) é para fresagem do asfalto antigo, implantação de novo asfalto, selagem das placas e serviços de drenagem em todo o contorno, o equivalente a 61,4 quilômetros considerando os dois sentidos da rodovia.

O acostamento também será recuperado, além de 19 alças viárias que totalizam 12,7 quilômetros e mais 20 rodovias marginais e acessos, outros 17,4 quilômetros. A obra está sendo executada no sentido Paulista/Jaboatão e inclui 4,52 quilômetros da Avenida Recife, na capital.

Os serviços serão executados em 16 etapas, cada uma com trechos de quatro a cinco quilômetros. “À medida que um trecho for concluído ele é liberado e passamos para a pista do outro lado, abrindo uma terceira frente de trabalho em outro local”, explica o secretário. “Cada trecho levará, em média, de um mês para ser concluído”. A previsão é de que a obra fique pronta em meados de 2019. Ela está sendo feita por meio de convênio do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e é executada pelo Consórcio Andrade Guedes /Astep Engenharia.

SEGUNDA LICITAÇÃO

A requalificação do Contorno do Recife já foi licitada em 2012 e contemplaria um corredor exclusivo de BRT (Bus Rapid Transit). Mas o alto custo da implantação do projeto, anunciado pelo então governador Eduardo Campos, acabaram inviabilizando a obra, que passaria dos R$ 190 milhões previstos para R$ 800 milhões. Seriam construídas 39 estações ao longo dos 30,7 quilômetros entre Paulista e Jaboatão e um elevado exclusivo para os ônibus entre a Avenida Caxangá e a BR-232, no trecho de maior movimento da BR-101.

O corredor de BRT exigiria um pavimento rígido e obras de arte (viadutos e pontes) que encareceriam muito o projeto e o ambiente financeiro, fiscal e econômico não permitiram esse investimento. Além disso, a empresa que ganhou a licitação, a Mendes Júnior, também abdicou do serviço. Foi preciso retirar o BRT do projeto, fazer um novo anteprojeto e passá-lo por todo um processo de reavaliação junto ao Dnit, Tribunal de Contas da União, procuradoria...”, explica o secretário Sebastião Oliveira.

O processo saiu da Secretaria das Cidade e foi para a Secretaria de Transportes. A nova licitação foi feita pelo DER, com participação de cinco empresas. “O valor estimado era R$ 230 milhões, mas a vencedora chegou aos R$ 192,6 milhões”, salienta o gestor.
A maior parte do investimento já está assegurada desde o início do processo. “Temos R$ 163 milhões na conta. Não há risco de a obra parar por falta de recursos”, garante o secretário. “Foi necessário um esforço enorme para essa obra sair, mas agora vai haver uma solução definitiva para a rodovia”. Uma solenidade com o governador Paulo Câmara e o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, está sendo agendada para lançar oficialmente a obra.

 

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