CRIME

Tristeza e dor marcam enterro do adolescente morto por PM

O jovem tinha muitos amigos e era descrito por eles como um menino trabalhador e um amigo de verdade. Hoje seria seu primeiro dia de trabalho

JC Online
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Publicado em 27/07/2016 às 12:32
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O jovem tinha muitos amigos e era descrito por eles como um menino trabalhador e um ’amigo de verdade’. Hoje seria seu primeiro dia de trabalho - FOTO: Foto: Fernando da Hora / JC Imagem
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O primeiro dia de trabalho do adolescente Mário Andrade Lima se transformou num dia de tristeza e dor para amigos e familiares do garoto de 14 anos, morto por um sargento da Polícia Militar no início desta semana. O jovem que estava sendo velado desde a terça-feira (26) foi enterrado no fim da manhã desta quarta-feira (27), no cemitério de Santo Amaro, zona central da cidade, na presença de centenas de amigos e da família.

Mário foi morto a tiros na noite de segunda-feira (25). O policial militar Luiz Fernando Borges, de 50 anos, suspeito de atirar no garoto e num amigo, está foragido. No dia da sua morte, Mário e o amigo, outro adolescente, tinham saído para andar de bicicleta no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, onde moravam, quando bateram na moto conduzida pelo PM. O suspeito ligou para o 190 e disse que teria sofrido uma tentativa de assalto por parte dos garotos, em seguida, começou a efetuar os disparos. Os dois jovens foram atingidos e socorridos para o Hospital da Restauração, no Derby. Mário não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. O policial militar fugiu em seguida.

O jovem tinha muitos amigos e era descrito por eles como um menino trabalhador e um ‘’amigo de verdade’’. Hoje seria seu primeiro dia como jovem aprendiz. Muitas crianças e adolescentes choravam inconsolados durante o enterro. 

“Acabou. Acabou. Vocês não entendem”, gritava a mãe de Mário, a diarista Joelma Andrade, 34, próxima ao caixão, enquanto amigos e outros familiares do garoto cantavam e tentavam consolar a mulher, desolada. Ela não saiu do lado do filho desde que ele começou a ser velado. Todos estão inconformados com a morte do adolescente e clamavam por justiça.

O caso foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e segundo o delegado responsável pelo caso, a história relatada pelo PM  não condiz com as evidências. Nenhuma arma foi encontrada com os adolescentes. Em nota, a assessoria da Polícia Militar se solidarizou com os familiares dos jovens e informou que o caso deverá ser esclarecido pela Polícia Civil.

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