Teatro

Monólogo de Matheus Nachtergaele abre o Janeiro de Grandes Espetáculos

Ator apresenta nos dia 8 e 9 de janeiro

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 08/01/2016 às 11:17
Fernando da Hora/JC Imagem
Ator apresenta nos dia 8 e 9 de janeiro - FOTO: Fernando da Hora/JC Imagem
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É Matheus Nachtergaele quem vai abrir a 22ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos, com o monólogo Processo de Conscerto do Desejo (se escreve com “sc”), encenado nesta sexta (8) e sábado (9), sempre às 21h. Dentro do Teatro de Santa Isabel, o ator reencontra sua mãe, Cecília, que morreu quando ele ainda tinha três meses de idade. Reencontra pelos versos escritos pela mulher que lhe trouxe ao mundo e que habita dentro dele em memórias e sentimentos. “Meu autor é minha mãe. E o ator de minha mãe sou eu”, afirma. Para ele, a peça “joga luz no escuro”. Com ela, Nachtergaele diz “o que era segredo”. “Depois disso, não tenho mais segredo”, brinca ele.

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“Não sou nada místico. Isso tem uma visão psicanalítica e estou usando o que tenho de mais íntimo para falar das dores de todos nós. E não é para chorar, é para sorrir. Porque a vida é assim.” Conscerto nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em julho do ano passado. Convidado para abrir um festival naquela cidade, o ator decidiu realizar um desejo antigo e narrou em primeira pessoa as poesias de sua mãe. “Chamei Luã Belik (que toca violão) para me acompanhar. Ele colocou músicas que gostava de tocar e eu sugeri outras que mamãe gostava”. O espetáculo, depois, ficou em cartaz no Rio de Janeiro, no Teatro Poeirinha, e pela primeira vez sai do “útero” para chegar a outra cidade.

Quando Nachtergaele está no palco, ele reza uma reza só dele. Mas reza em prece com todos que estão ali, cercando-o de olhares, contemplação e entrega. “O que eu amo no teatro não é um autor ou um gênero. O que me interessa e que eu gosto, desde sempre, nas peças que fiz ou nas que vejo, é a percepção de estarmos rezando sem Deus”, diz o ator. “Pode ser comédia ou tragédia, mas é preciso que haja uma oração laica. O que o teatro faz de melhor é ser uma missa pagã.”

 

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