O artista plástico Marcelo Silveira e a pesquisadora Cristina Huggins têm desenvolvido, desde 2013, uma série de projetos que investigam a questão da memória ligada ao patrimônio público, ao indivíduo e à cidade. Os resultados das primeiras etapas dessa pesquisa estão agora impressos no livro Ouvi Dizer..., com incentivo do Funcultuira, que é lançado hoje com exposição homônima, quarta-feira (2), às 19h, na Torre Malakoff.
O trabalho reúne a documentação simbólica de dois projetos aprovados, Você lembra da Escada da Felicidade? e Nomes. Ambos partiram do desejo da dupla de entender a relação dos moradores da comunidade do Alto do Cruzeiro, em Gravatá (onde Marcelo mantém seu ateliê há 30 anos), com a escadaria construída em 1953.
“Nos interessava entender as razões pelas quais, muitas vezes, as pessoas não entendem o patrimônio, material e imaterial, como sendo delas e sim do governo. Por que elas não se sentem donas do que é público? No caso da Escada da Felicidade, o patrimônio teve seu significado alterado com o tempo. Nos primeiro anos da construção, era vista como um espaço ligado à diversão, ao lúdico. Mas, para os mais jovens, é quase como um espaço obsoleto”, explica Cristina.
A partir de depoimentos dos moradores, da coleta de arquivo, como fotos e documentos, eles produziram uma série de lambe-lambes, algumas serigrafias, e um grande painel de madeira articulado com as fotos e depoimentos dos 12 entrevistados.
Expostos em vários espaços públicos de Gravatá, estes trabalhos acenderam a curiosidade do público e revelaram aos pesquisadores que ainda havia muito material a ser trabalhado. Foi então que nasceu Nomes (cada degrau da escada tem o nome de uma família que ajudou em sua construção.
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“Abordamos, nesta etapa, mais a memorial pessoal. Nos veio à cabeça os relicários e montamos e montamos um conjunto escultórico formado por espécie de 20 caixas que, juntas, remetem à ideia dos degraus da escada”, reforça Marcelo.
PINTURA
Em sua primeira individual, intitulada Nascedouro, a atriz e artista plástica Suzana Costa selecionou 21 pinturas a óleo produzidas entre 2015 e 2018, marcadas pela diversidade de temas e técnicas de produção. As obras estão em exibição na Torre Malakoff até 3 de junho.
A mostra tem curadoria de Badida Campos e explicitam a influência do figurativismo da obra da artista, dialogando também com o abstracionismo.
