Em nenhum momento ele é citado, mas todos sabem que o centro de toda a polêmica tem nome: Tarcísio da Buzina. Na verdade apelido. Francisco Gomes é o que está gravado na certidão de nascimento, mas todo mundo só o conhece pelo instrumento sonoro que lhe rendeu o status de torcedor-símbolo do Salgueiro. Os amigos até então inseparáveis não poderão ficar juntos em um dos jogos mais importantes da história do time sertanejo. Uma separação, quem diria, determinada pela lei.
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Nesta terça (6) o desembargador José Fernandes de Lemos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) deu parecer favorável ao Sport que moveu uma ação para impedir a presença de cornetas e buzinas na final do Pernambucano, no próximo dia 18, no Cornélio de Barros. O pedido havia sido indeferido antes pela comarca de Salgueiro. O Carcará ainda pode recorrer.
Procurado pelo JC, Tarcísio não escondeu a revolta com a decisão do TJPE. “O Sport está apelando, isso não existe. Só está faltando o time chegar aqui, apontar uma arma e anunciar um assalto para ficar com o troféu de qualquer jeito. O Sport é a maior equipe de Pernambuco, não precisa disso. Um time do tamanho dele ficar se preocupando com uma buzina é inadmissível”, reclamou.
Reveja um vídeo de Tarcísio da Buzina:
Sobre a alegação de que a buzina poderia oferecer perigo, Tarcísio mostrou surpresa. “Como é que pode uma coisa dessas? Eu a levo pro estádio há quase dez anos e nunca aconteceu nada. Ela é um instrumento de alegria, de paz, não de guerra. Nunca ofereceu perigo a ninguém. O Sport quer mandar na casa dos outros, ele tem que se preocupar com o futebol dele dentro de campo, não com isso”, se queixou.
Questionado sobre como seria ir ao Cornélio sem a velha amiga, Tarcísio surpreendeu. “Eu não vou! Pra ir sem a buzina, prefiro não ir. Mesmo sendo um jogo tão importante para o Salgueiro vou ficar em casa mesmo. Podia ser decisão do Campeonato Brasileiro, sem a buzina não é a mesma coisa. Acho melhor nem ver a partida de tanto desgosto que estou”, revelou.
Apesar de tamanha chateação, o torcedor-símbolo do Salgueiro deu um aviso. “Toda vez que tentam encrencar com a buzina, o Carcará vai lá e ganha. Vamos ver na final como vai ser”, disse, em tom de profecia, Tarcísio.
