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Rebaixado no Paulistão, sem divisão no Campeonato Brasileiro e com uma dívida de R$ 70 milhões. Após figurar na elite do futebol nacional no início da década de 2000, o São Caetano aposta em uma gestão profissional para sair do buraco. O empresário Manoel Sabino resolveu enfrentar o cenário catastrófico e, em maio deste ano, assumiu como o presidente do São Caetano Futebol Ltda., no modelo de administração de clube-empresa. "Vimos que dava tempo de salvar", justificou.
Sem ligação com o futebol, o primeiro passo do presidente foi entender o mecanismo na bola que já afundou tantos clubes no Brasil. "Você entende porque chega em um ponto como este", explicou. Na sequência, Sabino atacou ações trabalhistas e débitos tributários. Logo depois tratou das demandas dos funcionários e dos jogadores, que sofreram com diversos atrasos de salário em um passado recente. "Conseguimos organizar, fazer alguns acordos."
Em relação ao elenco, o presidente definiu um teto salarial para diminuir o valor da folha salarial. Atualmente, segundo ele, o maior vencimento não supera R$ 2,5 mil mensais. "Temos de investir na formação na base, não contratar uma estrela que não podemos pagar", disse.
Sabino também negociou com o prefeito de São Caetano, Tite Campanella, para reformar e utilizar quatro campos de futebol na cidade para os treinos das categorias de base, além da equipe feminina, que ele pretende reativar.
Outra preocupação da nova administração foi separar fisicamente o São Caetano Futebol Ltda. da AD São Caetano, o clube social. O empresário alugou um prédio próximo do estádio Anacleto Campanella para servir como quartel-general.
O plano é recolocar o clube do ABC em destaque no mapa do futebol brasileiro novamente em cinco anos. O primeiro desafio é na Copa Paulista, que começa nesta terça-feira e dá ao campeão uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro.
Sabino pretende fazer uso os benéficos da lei do clube-empresa, que foi sancionada em agosto pelo presidente Jair Bolsonaro, em um modelo que ainda assusta aos presidentes de clubes. "Você é o responsável pela empresa. Não existe o daqui para frente, você assume todo o passivo dela. Não tem para onde fugir", explicou.
Sucesso nos anos 2000
O "azulão", como era conhecido o São Caetano, já despontava como potência no ano de 1999. E quem derrubou o então "bicho papão" foi o Santa Cruz. Líder absoluto da primeira fase da Série B, o time paulista encarou a Cobra numa melhor de três. Recheado de garotos e jogadores desacreditados sob o comando de Nereu Pinheiro, o Santa Cruz venceu a eliminatória e partiu para o acesso.
Mas no ano 2000 o time paulista fez a final da Copa João Havelange contra o Vasco, perdendo por 3x1 no Maracanã e sendo vice-campeão brasileiro. Em 2002, também participou de outra final épica, desta vez da Libertadores. Mais um vice na conta: em jogo no Pacaembu lotado, o Azulão foi derrotado pelo Olímpia, do Paraguai.
Jornalista formado na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Tem experiência e trabalhos voltados para conteúdos digitais. Passagens por redações de rádio e impresso
Localidade:RecifeTelefone:81 - 3413.6410Cargo:Editor-executivo CursoCiência da Computação, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife (2019 - )
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