TURISMO

Conheça "berço do esqui": cidade chinesa que investido bilhões em turismo de esportes

As belas paisagens de montanhas, neve e os novos investimentos do governo chinês, não apagam o lado obscuro da cidade

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AFP

Publicado em 09/02/2022 às 11:58 | Atualizado em 03/03/2022 às 10:41
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A vasta região chinesa de Xinjiang tenta ganhar notoriedade com o reconhecimento de ser um "paraíso dos esportes de inverno".

Como organizadores dos Jogos Olímpicos de Inverno, as autoridades do país declararam a intenção de transformar o território em um negócio de US$ 157 bilhões, dando a Xinjiang um papel de destaque.

O número de resorts de esqui no país quadruplicou desde que Pequim ganhou a alocação para as Olimpíadas. Somente em Xinjiang, 72 foram construídos.

Berço do esqui

A capital da China, Pequim, tem promovido a cidade como o "berço do esqui", com acadêmicos chineses argumentando que desenhos pré-históricos encontrados nas cavernas de Altay mostram que a prática existia na região há 10.000 anos.

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Esqui é um dos esportes das Olimpíadas de Inverno 2022 - AFP

As autoridades dizem que cerca de 300 milhões de chineses praticaram esportes de inverno desde a escolha de Pequim como sede dos Jogos, um número que foi repetido com entusiasmo pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach.

Algumas estimativas sugerem que a China está a caminho de se tornar a maior nação esquiadora do mundo, também favorecida por setores da população em ascensão social e confinados dentro de suas fronteiras pelo coronavírus, segundo o analista esportivo Mark Dreyer.

O lado obscuro de Xinjiang, na China

As belas paisagens de montanhas e neves da cidade de Xinjiang, na China, e os novos investimentos do governo chinês não apagam sérias denúncias da comunidade internacional.

A cidade tem sido apontada com o principal local usado pelo governo chinês como campos de trabalho escravo. A análise de dados de satélite do Instituto Australiano de Política Estratégica sugere que a área abriga até 12 centros de detenção construídos durante a repressão do governo central.

Segundo grupos de direitos humanos, mais de um milhão de pessoas nesta região - lar da minoria muçulmana uigur - estão detidas em campos de internamento e trabalhos forçados.

Os Estados Unidos e alguns Parlamentos ocidentais acusam Pequim de "genocídio", que nega todas as acusações e ataca os críticos pela "politização" do esporte.

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