A forte onda de aversão a risco que contamina os mercados internacionais, em decorrência das preocupações com o coronavírus e a crise no preço do petróleo, atinge também a Bolsa brasileira, que, depois de cair mais de 10% na manhã desta segunda-feira, 9, teve de acionar o circuit breaker. O circuit breaker ocorre quando o índice atinge movimentos bruscos e o mecanismo é acionado para rebalancear as ordens de compra e de venda.
» Entenda o que é o circuit breaker, mecanismo acionado pela Bovespa
A última vez que o sistema foi acionado foi em 18 de maio de 2017, no dia em que foi divulgada uma gravação em que o ex-presidente Michel Temer conversa com Joesley Batista. A Bolsa brasileira já começou o dia em queda. As ações ON da Petrobras já abriram com baixa de 21,11% e as PN com recuo de 20,76%. Às 10h30, o Ibovespa caía 10,02, aos 88.178,33 pontos, e os negócios foram interrompidos.
Para tentar conter a disparada do dólar, o Banco Central vendeu US$ 3 bilhões à vista das reservas internacionais. No início da manhã, o BC cancelou o leilão de US$ 1 bilhão que faria e aumentou o valor para US$ 3 bilhões. A decisão se deu por "condições do mercado", de acordo com a assessoria de imprensa do BC.
Às, 9h53, a moeda americana era cotada a R$ 4,7482, com aumento de 2,47%, depois de ter atingido a máxima de R$ 4,7927.
Impacto pelo mundo
O dia é marcado por quedas em Bolsas ao redor do mundo por medo sobre o novo coronavírus e como consequência da disputa de preços de petróleo entre Arábia Saudita e Rússia - petróleo do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do Golfo.
Na Ásia, as Bolsas da China, seguindo o mau humor generalizado dos mercados financeiros, fecharam em queda. O principal índice acionário do país, o Xangai Composite, teve recuo de 3,01%. Na Europa, os mercados abriram a manhã desta segunda com queda generalizada. Tudo sob os mesmos motivos - petróleo e coronavírus.
Queda do petróleo
A Arábia Saudita reduziu os preços do petróleo, abrindo o caminho para um forte aumento de sua produção em abril. A decisão dos sauditas, anunciada no fim de semana, veio após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados da Opep+ não conseguirem fechar um acordo na última sexta, 6, para cortar ainda mais a produção do grupo, como parte de uma estratégia para amenizar o impacto econômico do coronavírus.
A Rússia, líder informal da Opep+, não aceitou uma proposta da Opep de reduzir a oferta coletiva em mais 1,5 milhão de barris por dia.
Comentários