QUARENTENA

Bolsonaro estuda enviar projeto de lei ao Congresso determinando quais são as atividades essenciais no isolamento social do coronavírus

O presidente da República disse aos jornalistas que teria preparado um decreto determinando quais seriam as atividades essenciais, mas voltou atrás porque seria 'bombardeado'

JC
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Publicado em 16/04/2020 às 20:32 | Atualizado em 16/04/2020 às 20:42
CAROLINA ANTUNES/PR
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - FOTO: CAROLINA ANTUNES/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na saída do Palácio do Planalto, após se pronunciar sobre a demissão do médico ortopedista Luiz Henrique Mandetta nesta quinta-feira (16) do Ministério da Saúde, que tinha preparado um decreto que determinaria quais seriam as atividades essenciais durante o isolamento social causado pelo novo coronavírus. No entanto, segundo o presidente, caso assinasse o decreto ele seria 'bombardeado' e que, por isso, deverá enviar um projeto de lei para a Câmara dos Deputados para os parlamentares decidirem quais são as atividades essenciais.

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Na avaliação do presidente, atividade essencial é aquela que o trabalhador possa "levar um prato de comida para casa". "Nós não podemos continuar perdendo milhares de empregos por dia, então, em comum acordo, há um planejamento bastante meticuloso para reabrir o comércio", comentou durante entrevista à CNN Brasil, após conversar com os jornalistas na saída do Palácio do Planalto.

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Durante a entrevista, o presidente voltou a mencionar sobre o que seria uma atividade essencial no entendimento dele, mas não disse quando o PL será enviado ao Congresso Nacional. Na avaliação de Bolsonaro, o trabalho deve voltar "de forma racional", mas os idosos devem permanecer isolados. "Eu continuo batendo na tecla de isolar os mais idosos, as pessoas com doenças, para que as outras pessoas possam voltar a trabalhar", comentou.

Impasse entre Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde

A demissão do médico ortopedista Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde já vinha sendo levantada há algumas semanas. Nos últimos dias, Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro vinham se posicionando de forma diferente a respeito do isolamento social causado pelo novo coronavírus e do uso da cloroquina em pacientes infectados. Enquanto que o médico defende abertamente o isolamento horizontal da população e cautela no uso do medicamento, o presidente é a favor do isolamento vertical, ou seja, apenas para o grupo de risco, e também do uso da cloroquina nos pacientes.

O anúncio da exoneração foi feito no Twitter. "Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto da melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar. Agradeço a toda equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso País", comentou.




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