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Anvisa alerta sobre riscos do uso da auto-hemoterapia contra novo coronavírus

O procedimento é realizado a partir da retirada do sangue do paciente suspeito de ter a doença e depois é novamente injetado nesse mesmo paciente

Agência Brasil
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Publicado em 28/04/2020 às 13:12
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Segundo a agência, a prática traz risco de contaminação para as pessoas envolvidas e permite a transmissão de doenças infecciosas devido à manipulação inadequada do sangue - FOTO: Tião Siqueira/JC Imagem

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota alertando para o perigo do uso de auto-hemoterapia, uma terapia alternativa, usada no tratamento do novo coronavírus (covid-19). O procedimento, realizado a partir da retirada de sangue do paciente suspeito de ter a doença, para depois ser novamente injetado no mesmo paciente, é defendido pelos disseminadores da prática com o argumento de que estimula o sistema imunológico contra o coronavírus.

A agência lembra que a prática não é reconhecida pelas autoridades da área e pode representar risco à saúde.

“A auto-hemoterapia não é reconhecida como procedimento médico para nenhum tipo de patologia. Isso porque faltam evidências científicas que comprovem, por meio de estudos clínicos, sua eficácia e segurança. Tampouco existem informações a respeito de posologia, mecanismos de ação, interações, reações adversas”, informou a Anvisa.

Segundo a agência, a prática traz risco de contaminação para as pessoas envolvidas e permite a transmissão de doenças infecciosas devido à manipulação inadequada do sangue. A agência alerta ainda que esta terapia alternativa pode piorar o quadro de saúde do paciente e deixá-lo ainda mais vulnerável, uma vez que essa promessa de cura estimula o abandono de tratamentos convencionais ou impossibilita o acesso a recursos terapêuticos mais eficazes.

“Tudo isso ainda é agravado pela falta de conhecimento sobre o comportamento do novo coronavírus e sua transmissibilidade pelo sangue”, alerta a Anvisa.

A avaliação é compartilhada pelos Conselhos Federais de Medicina, de Enfermagem e de Farmácia que também consideram não haver evidências científicas comprobatórias de que a auto-hemoterapia seja efetiva para tratar quaisquer doenças em seres humanos.

A aplicação é proibida por esses órgãos, que determina, que seus profissionais não realizem o procedimento em pacientes. Da mesma forma, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular não reconhece a auto-hemoterapia como procedimento terapêutico.

A Anvisa recomenda a denúncia do profissional que estiver realizando a auto-hemoterapia ao respectivo conselho de classe para tratamento da covid-19. A agência informa ainda que nesses casos, a Vigilância Sanitária local também poderá ser acionada.

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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