coronavírus

'Quarentena está salvando o Brasil', diz engenheiro e cientista de dados

Em vídeo, Maurício Féo explica que, se nenhuma medida é tomada e se não existe vacina, toda epidemia cresce exponencialmente

Cadastrado por
Agência Estado
Agência Estado
Agência Estado
Publicado em 05/05/2020 às 8:33 | Atualizado em 05/05/2020 às 8:42
Reprodução/Redes Sociais
Maurício Féo - FOTO: Reprodução/Redes Sociais

O Brasil já poderia estar bem perto de alcançar a marca de 1 milhão de casos da covid-19, se não tivesse adotado as medidas de distanciamento social. A conclusão está no vídeo "A quarentena pode estar salvando o Brasil", publicado pelo engenheiro e cientista de dados Maurício Féo. Ele faz doutorado em Física de Partículas no Cern - a organização europeia de pesquisa nuclear que opera o maior acelerador de partículas do mundo, em Genebra, na Suíça.

>>Três em cada dez brasileiros conhecem uma pessoa que morreu pelo novo coronavírus

>>Coronavírus: com alta de infectados, Pernambuco pede apoio do governo federal para endurecer isolamento

>>Luz do sol destrói coronavírus rapidamente, afirma estudo americano

No vídeo, que já teve 500 mil visualizações, Féo explica que, se nenhuma medida é tomada e se não existe vacina, toda epidemia cresce exponencialmente - ou seja, o valor inicial é multiplicado por um mesmo número num dado período de tempo.

No Brasil, até somar os primeiros 1.500 casos, estava crescendo exponencialmente. Atualmente, está menos íngreme.

Por que você resolveu fazer esse vídeo?

Estava decepcionado com a quantidade de desinformação sendo passada. Estou vendo as pessoas apoiarem um lado ou outro baseadas em política e espalhando desinformação. Não sou qualificado para opinar sobre saúde e economia, mas sou para dizer que temos que levar em conta os dados certos. E foi isso que quis apresentar.

O número de casos continua aumentando, mas podemos dizer que o distanciamento social deu certo. Por quê?

O número de casos ainda está aumentando, e bastante, mas não em proporção exponencial, graças às medidas adotadas de distanciamento social, uso de máscara e higiene pessoal. Vemos que, no início, o crescimento da curva é exponencial, e, por um bom tempo, continua a subir exponencialmente, mas, depois, começa a reduzir a velocidade de crescimento.

Podemos dizer, então, que conseguimos achatar a curva?

Exatamente, isso significa que a estratégia está sendo bem-sucedida. Definir o pico da epidemia sem a adoção de nenhuma medida de prevenção é fácil, os epidemiologistas no mundo inteiro já fizeram isso. Então vemos o pico ser adiado. Se o pico não chegou na projeção esperada, significa que foi um sucesso, isso não é uma má notícia.

E como é a comparação com os EUA, que adotaram as medidas bem mais tarde do que nós?

Começamos a agir quando tínhamos 1.500 casos. Nos EUA, demoraram muito mais. Provavelmente teríamos seguido a mesma trajetória deles. No mesmo dia em que o Brasil tem 79 mil casos, os EUA apresentam 735 mil, quase dez vezes mais. Mesmo que a subnotificação no Brasil seja na casa de dez, teríamos 790 mil casos. Os EUA também têm subnotificação. 

 

Assine a nova newsletter do JC e fique bem informado sobre o coronavírus

Todos os dias, de domingo a domingo, sempre às 20h, o Jornal do Commercio divulga uma nova newsletter diretamente para o seu email sobre os assuntos mais atualizados do coronavírus em Pernambuco, no Brasil e no mundo. E como faço para receber? É simples. Os interessados podem assinar esta e outras newsletters através do link jc.com.br/newsletter ou no box localizado no final das matérias.

O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

Comentários

Últimas notícias