Repercussão

iFood anuncia banimento de homem que fez ofensas racistas a entregador

Em vídeo que ganhou popularidade nesta sexta-feira (7), homem branco aparece ofendendo entregador negro

JC
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Publicado em 07/08/2020 às 18:44 | Atualizado em 07/08/2020 às 20:23
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No dia do ocorrido, Mateus foi levado à delegacia, mas liberado para responder ao crime em liberdade - FOTO: REPRODUÇÃO/TWITTER

Por meio das redes sociais, o iFood, aplicativo de entrega de comida, anunciou que irá banir o cliente que apareceu em vídeo fazendo ofensas racistas a um entregador. O caso ocorreu no dia 31 de julho, mas ganhou repercussão nesta sexta-feira (7), gerando indignação nas redes sociais. Em vídeo gravado, um homem branco utiliza expressões racistas contra um entregador negro. O episódio ocorreu em residencial de Valinhos, em São Paulo.

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"Racismo é crime. Nós, do iFood condenamos qualquer forma de preconceito ou discriminação e por isso nos solidarizamos com o entregador Matheus, vítima do crime racial praticado por um consumidor na cidade de Valinhos conforme vídeo que circula nas redes sociais", postou o Ifood no seu perfil do Twitter. A plataforma ainda destacou que irá prestar auxílio ao entregador, tanto no âmbito jurídico como psicológico.

Entre as ofensas dirigidas ao entregador, estão as expressões "lixo" e semianalfabeto". O homem branco ainda disse que o entregador teria inveja da cor branca. "Você tem inveja disso aqui. Eu pedi para ele (o motoboy) sair fora daqui, e não saiu fora. Moleque, moleque, escuta aqui, você tem inveja disso aqui, rapaz. Você tem inveja dessas famílias aqui", diz, apontando para as casas e depois para o antebraço, mostrando a sua cor.

O entregador que estava usando máscara, diferente do morador do condomínio, respondeu com calma que pode ter a mesma coisa "que o senhor". "Quem te deu isso aqui? Foi seu pai?". Em seguida, o homem rebate: "Você nunca vai ter". Depois que o motoboy afirma que eles têm o mesmo nome, o morador do condomínio diz "você é um analfabeto, véio" e o chama de mentiroso.

A mãe do entregador publicou um desabafo no Facebook, "ninguém é melhor do que ninguém por ser rico ou ser branco". "Isso é racismo e é crime e esse entregador é meu filho um trabalhador honesto e que não precisa sentir inveja de um escroto como esse pois ele não é. Mesmo tendo dinheiro para comprar tudo o que quiser, jamais comprará a educação, o respeito, pois vem de berço e dinheiro não compra jamais".

Legislação

De acordo com o artigo 20 lei federal 7716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou cor, "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional", a pena é de reclusão de dois a cinco anos.

De acordo com o parágrafo 3 artigo 140 do Decreto Lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940, consiste em "Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro", o parágrafo 3 diz que "Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência", a pena é de reclusão de um a três anos e multa.

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