Repercussão

Bolsonaro se solidariza com entregador vítima de ofensas racistas em São Paulo

Presidente destacou miscigenação do Brasil e repudiou o caso

JC
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Publicado em 07/08/2020 às 20:22 | Atualizado em 07/08/2020 às 20:22
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O homem que agrediu o motoboy com racismo foi o da direita, de camisa azul e short preto - FOTO: REPRODUÇÃO/TWITTER

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais nesta sexta-feira (7) para reprovar as ofensas racistas que um entregador de comida por aplicativo foi alvo. O presidente ainda demonstrou solidariedade ao motoboy.

"Independentemente das circunstâncias que levaram ao ocorrido, atitudes como esta devem ser totalmente repudiadas. Que a indignação dos brasileiros sirva de lição para que atos como esse não se repitam. Todos somos iguais! Embora alguns trabalhem para nos dividir, somos um só povo! Meus votos de solidariedade e sucesso ao entregador Matheus, bem como a toda sua família. Deus os abençoe!", escreveu Bolsonaro.

- Independentemente das circunstâncias que levaram ao ocorrido, atitudes como esta devem ser totalmente repudiadas. - A...

Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Sexta-feira, 7 de agosto de 2020

O entregador apareceu em vídeo gravado no dia 31 de julho sendo alvo de ofensas racistas por um morador de condomínio de luxo em São Paulo. Entre as ofensas, o homem branco usa termos como "lixo" para se referir ao motoboy. O homem branco ainda disse que o entregador teria inveja da cor branca. "Você tem inveja disso aqui. Eu pedi para ele (o motoboy) sair fora daqui, e não saiu fora. Moleque, moleque, escuta aqui, você tem inveja disso aqui, rapaz. Você tem inveja dessas famílias aqui", diz, apontando para as casas e depois para o antebraço, mostrando a sua cor.

O caso gerou repercussão nesta sexta e revoltou os internautas nas redes sociais. A plataforma Ifood anunciou o banimento do cliente. "Racismo é crime. Nós, do iFood condenamos qualquer forma de preconceito ou discriminação e por isso nos solidarizamos com o entregador Matheus, vítima do crime racial praticado por um consumidor na cidade de Valinhos conforme vídeo que circula nas redes sociais", postou o Ifood no seu perfil do Twitter. A plataforma ainda destacou que irá prestar auxílio ao entregador, tanto no âmbito jurídico como psicológico.

O entregador que estava usando máscara, diferente do morador do condomínio, respondeu com calma que pode ter a mesma coisa "que o senhor". "Quem te deu isso aqui? Foi seu pai?". Em seguida, o homem rebate: "Você nunca vai ter". Depois que o motoboy afirma que eles têm o mesmo nome, o morador do condomínio diz "você é um analfabeto, véio" e o chama de mentiroso.

A mãe do entregador publicou um desabafo no Facebook, "ninguém é melhor do que ninguém por ser rico ou ser branco". "Isso é racismo e é crime e esse entregador é meu filho um trabalhador honesto e que não precisa sentir inveja de um escroto como esse pois ele não é. Mesmo tendo dinheiro para comprar tudo o que quiser, jamais comprará a educação, o respeito, pois vem de berço e dinheiro não compra jamais".

Legislação

De acordo com o artigo 20 lei federal 7716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou cor, "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional", a pena é de reclusão de dois a cinco anos.

De acordo com o parágrafo 3 artigo 140 do Decreto Lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940, consiste em "Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro", o parágrafo 3 diz que "Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência", a pena é de reclusão de um a três anos e multa.

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