Polêmica

Rodrigo Constantino é demitido da Jovem Pan após usar caso Mariana Ferrer para minimizar estupro

O comentarista argumentou que, se fosse a filha dele, não denunciaria o estuprador porque "alguma coisa ali ela errou"

Douglas Hacknen
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Douglas Hacknen
Publicado em 04/11/2020 às 21:36 | Atualizado em 04/11/2020 às 21:49
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Jornalista fez comentário em seu canal, no YouTube - FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE

O jornalista e comentarista Rodrigo Constantino foi demitido da Jovem Pan nesta quarta-feira (4). O anúncio foi feito em comunicado divulgado pela emissora e posteriormente confirmado pelo comunicador em suas redes sociais. O desligamento aconteceu após falas minimizando o estupro e responsabilizando a vítima pelo abuso sexual. No trecho do seu comentário que repercutiu nas redes sociais, o jornalista não liga sua fala diretamente ao nome de Mariana Ferrer, jovem que acusa o empresário André de Camargo Aranha de tê-la estuprado em dezembro de 2018, durante uma festa em um beach club de Florianópolis. Divulgado em seu canal, no YouTube, no vídeo Constantino pontua que vai usar o gancho trazido pelo caso Mariana Ferrer para falar da "banalização do conceito de estupro". 

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Constantino usou a filha como exemplo e falou que caso ela chegasse em casa afirmando que foi abusada em uma festa, não denunciaria o estuprador, argumentando que a mulher teria feito 'alguma coisa de errado' para que o ato fosse cometido. "Se ela chegar em casa e disser: ‘Fui estuprada’. [Vou pedir para ela ] Me dar as circunstâncias. Fui em uma festinha, eu e três amigas, tinham 18 homens, bebemos muito e eu estava ficando com dois caras, e eu acabei dormindo lá e eu fui abusada. Ela vai ficar de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses pra polícia, eu vou dar esporro na minha filha. Alguma coisa ali ela errou feio e eu devo ter errado”, disse.


Em nota, a Jovem Pan afirmou que acredita que "a vítima não deve ser responsabilizada pelos atos de seu agressor" e que "desaprova veementemente todo o conteúdo publicado nos canais pessoais e apresentado nessa live".

"Reafirmamos que as opiniões de nossos comentaristas são independentes e necessariamente não representam a opinião do Grupo Jovem Pan. No caso de Mariana Ferrer, defendemos que a vítima não deve ser responsabilizada pelos atos de seu agressor, apesar do respeito que todos nós devemos ter às decisões judiciais", continua o comunicado.

Pouco tempo depois, no Twitter, alegou que a emissora não resistiu à pressão feita pelo público e negou ter feito apologia ao estupro.


 Mais cedo, o jornalista comparou o caso da jovem ao ato de dirigir embriagado.

 

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