Invasões em lojas do Carrefour foram registradas nas cidades do Rio de Janeiro e em São Paulo nesta sexta-feira (20). Grupos de manifestantes protestam contra a morte de um homem negro, de 40 anos de idade, em Porto Alegre, dentro de uma unidade da rede de supermercados. Caso gerou revolta depois da divulgação nas redes sociais de um vídeo que mostra a cena. Um protesto também acontece nesta sexta em Pernambuco, mobilizado por movimentos negros que denunciam o crime de injúria racial no caso.
Segundo o UOL, em São Paulo, manifestantes quebraram o portão de ferro e a fachada de vidro do supermercado, jogaram pedras e depredaram. Sob ordens de "não saquear", algumas pessoas invadiram o estabelecimento e jogaram potes de tinta dentro da loja. Também houve um princípio de incêndio, rapidamente controlado pela Brigada de Incêndio. Clientes que estavam no local ficaram assustados, mas ninguém se machucou no episódio.
Dezenas de manifestantes participaram do ato, que começou de forma pacífica, em São Paulo. Eles gritavam palavras como "justiça" e "racistas" ao longo de toda a caminhada.
Já no Rio de Janeiro, de acordo com o Extra, o ato começou por volta das 16h desta sexta-feira e teve duas horas e meia de duração. Entre os participantes estavam famosos como Pretinho da Serrinha, Nego do Borel, Tico Santa Cruz e Patricia Pillar.
Ainda segundo o portal, os manifestantes encheram carrinhos de compras como forma de protesto, bloqueando o atendimento no local. Eles pediam o fechamento da unidade e percorreram os corredores proferindo palavras de ordem como "Vidas negras importam", "racistas não passarão" e "Carrefour assassino".
Entenda o caso
Negro, João Alberto Freitas foi espancado e morto por dois homens brancos, um deles é segurança do local, enquanto o outro seria um policial militar temporário que fazia compras no supermercado. A Polícia Civil do Estado investiga o crime, tipificado como homicídio triplamente qualificado. Os dois homens foram presos em flagrante. Uma manifestação em frente ao supermercado está prevista para as 18 horas desta sexta-feira (20).
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram parte das agressões e o momento que o cliente é atendido por socorristas. Em uma das gravações, o homem é derrubado e atingido por ao menos 12 socos. Ao fundo, uma pessoa grita "vamos chamar a Brigada (Militar)".
Uma mulher vestindo uma camisa branca e um crachá, que também seria funcionária do supermercado, aparece ao lado dos agressores, filmando a ação. Ela já foi identificada e será ouvida. Outro registro mostra a vítima desacordada, enquanto há marcas de sangue no chão.
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Vizinho da vítima, Paulão Paquetá contou ao Estadão ter testemunhado as agressões. Segundo ele, outros seguranças ficaram no entorno da área, impedindo a aproximação das pessoas que tentavam parar com as agressões.
Em nota, o Grupo Carrefour considerou a morte "brutal" e disse que "adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos". Afirmou também que vai romper o contrato com a empresa responsável pelos seguranças e que o funcionário que estava no comando da loja durante o crime "será desligado". O grupo disse ainda que a loja será fechada em respeito à vítima e que dará o "suporte necessário" à família da vítima.
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