SAÚDE

Saiba o que observar para comprar peixes e frutos do mar de forma segura

Em pleno período de Quaresma, quando católicos consomem mais pescados do que outros tipos de animais, cinco casos da Síndrome de Haff, causada por toxina de peixes, são investigados em Pernambuco

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JC

Publicado em 26/02/2021 às 10:29 | Atualizado em 26/02/2021 às 10:59
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Com o início do período da Quaresma, que começa na Quarta-feira de Cinzas e termina com a chegada da Páscoa, católicos trocam o consumo da carne vermelha pelos pescados, como forma de representar o sacrífico de Jesus Cristo. É por isso que, nesta época do ano, a venda de pescados aumenta significativamente. No entanto, é preciso prestar atenção na qualidade do alimento que se compra, e essa necessidade ficou ainda mais clara após a investigação de cinco casos suspeitos da Síndrome de Haff no Recife, doença causa por uma toxina liberada por peixes mal conservados.

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Duas irmãs chegaram a ser internadas em um hospital da capital pernambucana; uma, recebeu alta, enquanto a outra ainda está na Unidade de de Terapia Intensiva (UTI). Ambas comeram o peixe do tipo Arabaiana, e tiveram, logo depois, mialgia aguda. Entretanto, a rara enfermidade já esteve relacionada com outras espécies. É o caso do tambaqui. Na Bahia, a doença já foi relacionada com o consumo do Badejo (Mycteroperca) e, no Amazonas, com o consumo do Pacu Manteiga (Mylossoma).

Em feira no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, os comerciantes se preocupam com o movimento. Segundo eles, as vendas despencaram desde o início da semana, quando os casos suspeitos para Haff foram divulgados. No quiosque do pescador Eneas da Lagosta, os peixes estão armazenados no gelo. Na manhã desta quinta (25), ele recebeu vários quilos, mas o cliente não apareceu. No Mercado de São José, no Centro da Cidade, a situação se repete, e os comerciantes estão sentido falta dos consumidores.

O diretor da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária, entretanto, afirma que não há motivo para as pessoas deixarem de consumir qualquer espécie de peixe. "Esses casos são isolados, esporádicos, e não podemos generalizar que temos o problema em todos os peixes", disse Josemaryson Bezerra.

Para evitar esta e outras doenças e infecções, é preciso estar atento à aparência e ao local de compra de pescados e frutos do mar. A melhor opção é sempre consumir produtos de origem animal que tenham passado por vistoria, e que contenham certificado de inspeção municipal. Confira orientações da Vigilância Sanitária do Recife para o consumidor que for comprar pescados:

ORIENTAÇÕES PARA OS CONSUMIDORES:

Peixe fresco:

  • Pele brilhante, úmida, tonalidade viva;
  • Escamas unidas, translúcidas e com brilho;
  • Ausência de muco e órgãos internos bem definidos;
  • Olhos salientes, transparentes e brilhantes, odor suave ou ausente;
  • Membrana que reveste as guelras oferendo resistência à abertura;
  • Guelras ou brânquias de cor vermelha vivo;
  • Carne firme, elástica e aderente aos ossos;
  • Ao pressionar o dedo na carne, ele afunda e volta.

Lagosta e Camarão:

  • Aspecto geral brilhante, úmido e olhos vivos;
  • Corpo em curvatura natural, rígida, artículos firmes e resistentes;
  • Carapaça e cabeça bem aderentes ao corpo, cheiro próprio e suave;
  • Coloração própria à espécie; não apresentar mancha negra ou alaranjada na carapaça;

Caranguejo Siri e Guaiamum:

  • Ser expostos à venda vivos e vigorosos com olhos brilhantes;
  • Ter aspecto geral brilhante e úmido e apresentar cheiro próprio e suave;
  • Ter artículos e pernas inteiras e firmes e carapaça bem aderente ao corpo;
  • Ter coloração própria à espécie, sem nenhuma pigmentação estranha;

Marisco e Ostra:

  • Ser expostos à venda vivos, com valvas fechadas, oferecendo resistência à abertura (se abertos, reação rápida ao mais leve estímulo, fechando as valvas);
  • Ter líquido no interior das conchas incolor e límpido;
  • Apresentar cheiro agradável;
  • Ter a carne úmida, bem aderente à concha;

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