Culto presencial em igreja de Malafaia pede ''jejum por decisão do STF''
O STF retoma, nesta quinta-feira (8), o julgamento que decidirá se governadores e prefeitos podem proibir a realização de cultos religiosos em meio à pandemia
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar, nesta quinta-feira (8), o julgamento que decidirá se governadores e prefeitos podem proibir a realização de cultos religiosos com objetivo de conter o contágio da covid-19, doença que já matou mais de 340 mil pessoas no Brasil.
Em busca de uma decisão favorável às igrejas, religiosos já pedem até mesmo jejum aos fiéis. Foi o caso de um dos pastores da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), liderada por Silas Malafaia. "Se puderem, jejuem pela decisão do STF", afirmou o pastor segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
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"Satanás quer impedir que as igrejas abram", pregou outro dos três pastores que se revezaram na manhã de ontem no púlpito de um culto presencial na igreja. Durante o culto, o religioso recomendou aos fiéis que "exigissem" de Cristo a cura para doenças como ebola, câncer, zika e "inclusive a covid". "Certamente Ele [Jesus] tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças", afirmou um pastor ao ler a passagem escolhida --Isaías 53:4. "O castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados", continuou.
STF
Na sessão dessa quarta-feira (7), apenas o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, votou. Sua decisão é a favor da possibilidade de restrições às atividades religiosas de caráter coletivo. Embora o direito à liberdade religiosa esteja garantido na Constituição brasileira, o ministro considera que ele pode ser restringido, tendo em vista a necessidade de medidas que reduzam o contágio da doença.
O julgamento no plenário do STF tem o objetivo de pacificar a questão na Corte, já que, no momento, há duas decisões individuais de ministros conflitantes em vigor. De um lado, há uma liminar concedida por Gilmar, mantendo o veto à realização de cultos religiosos no Estado do São Paulo, determinado pelo governador João Dória. Já o ministro Kassio Nunes Marques havia liberado no sábado (3) a realização de celebrações religiosas em todo o país, desde que cumpridas medidas de redução do contágio como uso de máscaras, distanciamento entre os fiéis e limitação do público a 25% da capacidade do local.