Governador do Rio defende atuação policial que resultou em 28 mortes no Jacarezinho
Cláudio Castro disse que os agentes se depararam com uma "reação brutal" para cumprir mandados expedidos pela Justiça. E que "em nenhum lugar do mundo a polícia é recebida com fuzis e granadas, quando vai cumprir seu papel".
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), defendeu a atuação da Polícia Civil durante a operação em que foram mortos 27 moradores da comunidade do Jacarezinho, uma das maiores da capital, na Zona Norte do Rio, e um policial civil, na quinta-feira (6/5). A defesa foi feita em um curto vídeo, divulgado na sexta-feira (7/5).
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“Antes de mais nada, é preciso deixar claro que a operação de ontem realizada pela Polícia Civil foi o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça”, afirmou Castro em vídeo de 1 minuto e 57 segundos. “Foram dez meses de trabalho de investigação que revelaram a rotina de terror e humilhação que o tráfico impôs aos moradores. Crianças eram aliciadas e cooptadas para o crime. Famílias inteiras eram expulsas de suas casas e mortas”, seguiu o governador, atribuindo o confronto a criminosos.
“A reação dos bandidos foi a mais brutal registrada nos últimos tempos. Armas de guerra prontas para repelir a ação do Estado e evitar as prisões a qualquer custo. Em nenhum lugar do mundo a polícia é recebida com fuzis e granadas, quando vai cumprir seu papel”, disse. A operação, segundo informações oficiais do Estado, foi realizada para tentar cumprir a prisão de 21 pessoas acusadas do crime de tráfico de drogas.
Cláudio Castro afirmou ter determinado “total transparência ao processo” de investigação do caso, e disse ter conversado sobre a operação policial nesta sexta-feira com o procurador-geral da República, Augusto Aras, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, e o defensor-geral do Estado, Rodrigo Pacheco. “O governo do Estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias dos fatos”, completou.