Violência
Governo contabiliza mais de 40 ataques em Manaus
Até o fim da tarde, 31 pessoas tinham sido presas
Ao menos 29 veículos, sete agências bancárias e oito prédios públicos tinham sido alvo de ataques ordenados por uma facção criminosa até a tarde desta segunda-feira (7), em Manaus e cidades do interior do Amazonas. Conforme balanço da Secretaria da Segurança Pública, entre os veículos, foram incendiados 18 ônibus, duas viaturas policiais, duas carretas e uma ambulância.
Até o fim da tarde, 31 pessoas tinham sido presas, entre elas dois traficantes em posição de chefia na facção Comando Vermelho. Uma criança de 11 anos foi detida, acusada de trabalhar como "olheira" para os traficantes.
No interior, os ataques foram registrados em Iranduba, Parintins, Careiro, Manacaparu, Carauari e Rio Preto da Eva. O governador Wilson Lima (PSC) pediu ao governo federal o envio de tropas da Força Nacional de Segurança a Manaus. A expectativa é de que o efetivo desembarque na capital nesta terça-feira (8). O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que o pedido está sendo avaliado.
Os serviços públicos estaduais e municipais, inclusive as escolas, pararam, nesta segunda, em Manaus. O transporte coletivo, paralisado desde domingo, voltou a funcionar parcialmente no início da tarde, mas apenas até às 19 horas. Também foi interrompida a vacinação contra a covid-19.
Conforme o secretário da Segurança Pública do Estado, Louismar Bonates, mais de 400 barreiras de fiscalização foram instaladas em toda a cidade para abordagem e revista de veículos. As ações contam com apoio de agentes da Polícia Rodoviária Federal deslocados de Roraima. Outro efetivo deve chegar do Rio de Janeiro para ampliar o patrulhamento em cidades do interior.
Segundo o secretário, os ataques teriam sido ordenados do interior de um presídio após a morte do traficante Erick Batista Costa, o "Dadinho", de 30 anos, em uma ação policial, sábado, 5, no bairro Redenção. Ele seria integrante do Comando Vermelho. A facção carioca passou a dominar o tráfico de drogas em Manaus, após uma guerra na disputa das rotas do tráfico com a facção Família do Norte.