Parlamentares pernambucanos criticam desfile militar em dia de decisão sobre voto impresso
Presidente Jair Bolsonaro já ameaçou a realização das eleições de 2022 se não houver voto impresso
A decisão do governo federal de realizar um desfile de veículos militares blindados em Brasília no mesmo dia da votação da PEC que tenta instituir o voto impresso no País foi duramente criticado por parlamentares de Pernambuco.
A adoção do voto impresso tem sido mote de uma escalada no discurso do presidente Jair Bolsonaro, que já xingou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçou a realização das eleições em 2022 se a mudança não for implementada.
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"O povo não quer ver desfile de tanques de guerra. O povo quer vacina no braço, sem propina por dose comprada. Bolsonaro é uma tragédia, vergonha", escreveu no Twitter o senador Humberto Costa (PT), que integra a CPI da Covid.
Na mesma rede social, o deputado federal Wolney Queiroz, líder do PDT na Câmara, comparou o presidente a um ditador. "O desfile de blindados que Bolsonaro fará amanhã, em frente ao Congresso Nacional, é uma declaração de guerra à democracia", escreveu.
O movimento também foi condenado pelo deputado federal Renildo Calheiros, líder do PCdoB na Câmara. "Desde a redemocratização, nunca tivemos uma iniciativa dessas. É intolerável que o presidente tente intimidar o STF e a Câmara dos Deputados. Temos de nos unir com a sociedade civil, reforçar a defesa da democracia e combater ideias golpistas", publicou.
Vice-líder do Cidadania na Câmara, o deputado federal Daniel Coelho foi suscinto no comentário. "Fetiche com tanque é coisa de homem inseguro e medroso", escreveu