Conheça Txai Suruí, a jovem ativista indígena que luta pela floresta amazônica
Txai falou sobre a importância da proteção das florestas e dos povos indígenas na abertura da COP26
Estudante de direito, indígena da tribo amazônica Paiter Suruí e representante dos povos originários do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia. Aos 24 anos, Txai Suruí chamou a atenção de todo o mundo com um discurso impactante sobre a proteção das florestas e dos povos indígenas na abertura da COP26. Em entrevista à AFP, a jovem destacou a importância dos povos originários participarem das discussões sobre as ações a serem tomadas para combater as mudanças climáticas.
"A situação em que a gente se encontra é uma situação muito séria dentro das terras indígenas. Nós povos indígenas estamos lutando com as nossas vidas para proteger nossos territórios e isso está cem por cento ligado à questão climática porque a Amazônia é muito importante quando a gente vai falar sobre mudanças climáticas", disse a ativista.
Para Txai, a participação dos indígenas em discussões sobre como frear o aquecimento global é indispensável. "Nós, povos indígenas, estamos na linha de frente dessa luta, não participamos do processo decisório do que vem acontecendo, e a gente precisa participar. A cura da Terra, a chamada justiça climática, só vai ser alcançada passando pela sabedoria dos povos indígenas", afirmou.
Aclamada por muitos, a fala da ativista na abertura da COP26 foi criticada pelo presidente, Jair Bolsonaro. "Eu falei na abertura da COP, e depois do meu discurso, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, me atacou. E por causa disso agora eu estou recebendo várias mensagens racistas e mensagens de ódio. Porque eles não gostam que a gente fale a realidade do Brasil. Eles querem vender que o Brasil está protegendo a floresta", afirmou.
Bolsonaro assumiu o poder em 2019 com forte apoio do lobby ruralista, pressionando pela abertura de terras protegidas e reservas indígenas ao agronegócio e à mineração. Durante seu governo, o desmatamento na Amazônia legal disparou de 6.500 quilômetros quadrados ao ano, em média, durante a última década para cerca de 10.000 km2 - uma área quase do tamanho do Líbano.