PANDEMIA

Bolsonaro chama passaporte da vacina de 'coleira' e diz que prefere morrer do que 'perder liberdade'

Também nesta terça (7), o governo não adotou o passaporte e impôs quarentena de 5 dias a viajantes não vacinados

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Paloma Xavier

Publicado em 07/12/2021 às 19:31
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o passaporte vacinal nesta terça-feira (7). O chefe do Executivo chamou a medida contra a disseminação da covid-19 de "coleira" e questionou sobre as liberdades individuais. As declarações foram feitas na cerimônia de assinatura dos contratos do leilão do 5G.

"Vemos uma briga enorme aqui agora sobre passaporte vacinal. Quem é favorável não se esqueça: amanhã alguém pode impor algo para você que você não esteja favorável", declarou o presidente durante o evento.

Bolsonaro também direcionou questionamentos sobre a liberdade individual. "A gente pergunta: por que o passaporte vacinal? Essa coleira que querem botar no povo brasileiro... Cadê nossa liberdade? Prefiro morrer que perder minha liberdade."

Na tentativa de moderar o tom do discurso, o chefe do Executivo negou que seja contra a vacina e alegou que o governo comprou milhões de doses: "Não sou contra a vacina, porque nós compramos mais de 600 milhões de doses". "[Mas] a nossa liberdade não tem preço. E diz um velho ditado: quem abre mão de um pouquinho de sua liberdade por segurança, acaba ficando sem liberdade e sem segurança. Vamos todos respeitar a liberdade individual", reforçou.

O passaporte sanitário é uma estratégia para evitar a disseminação do novo coronavírus durante a reabertura de estabelecimentos, eventos e fronteiras. Alguns países como a França, Itália e Portugal adotaram a medida para estrangeiros.

Pelo menos 21 capitais brasileiras exigem a comprovação do esquema vacinal para entrada em estabelecimentos comerciais e eventos como festas e jogos de futebol. De acordo com levantamento feito pelo Estadão com apoio da FSB Comunicação, são elas: Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Florianópolis, Belo Horizonte, Manaus, Rio Branco, Palmas, Belém, Porto Velho, Goiânia, Cuiabá, Teresina, Maceió, Salvador e Aracaju.

Quarentena

Ainda nesta terça, o governo federal rejeitou o passaporte sanitário para viajantes não vacinados e determinou uma quarentena de cinco dias e teste RT-PCR para os estrangeiros. O anúncio foi feito em evento com os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Casa Civil, Ciro Nogueira. A medida não segue recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uma "reabertura das fronteiras" mais segura.

 

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