IMUNIZAÇÃO
Pfizer afirma que 3 doses da vacina neutralizam a variante ômicron
A nova variante que surgiu na África do Sul, ômicron, tem causado preocupação com temor de uma nova onda de covid-19 pelo mundo
Três doses da vacina da Pfizer contra a covid-19 são capazes de melhor neutralizar a variante ômicron, anunciaram as farmacêuticas Pfizer e BioNTech nesta quarta-feira (08). A nova variante tem causado preocupação em todo o mundo com o temor de uma nova onda de covid-19 que já provocou a morte de mais de 616 mil pessoas somente no Brasil.
Segundo as empresas, resultados preliminares de um estudo laboratorial inicial, ainda sem publicação em revista científica, mostraram que o reforço aumenta em 25 vezes a quantidade de anticorpos neutralizantes contra a nova cepa. No dia anterior, um estudo preliminar feito na África do Sul havia mostrado que a ômicron escapa apenas parcialmente da proteção dada pelo imunizante.
Os laboratórios continuam coletando dados laboratoriais e avaliando a eficácia no "mundo real" para confirmar a proteção da vacina contra a ômicron. Enquanto isso, também estudam adaptar o imunizante à cepa - a vacina adaptada deve ficar pronta em março.
Com esquema vacinal de duas doses, a quantidade de anticorpos neutralizantes contra a variante identificada na África diminui, em média, 25 vezes em relação aos produzidos contra o vírus original. Mesmo assim, as farmacêuticas acreditam que indivíduos que receberam duas vacinas podem estar protegidos contra formas graves da doença causada pela ômicron.
"Embora duas doses da vacina possam oferecer proteção contra doenças graves causadas pela cepa Ômicron, fica claro, a partir desses dados preliminares, que a proteção é melhorada com uma terceira dose de nossa vacina", disse o CEO da Pfizer, Albert Bourla. "Garantir que o maior número possível de pessoas esteja totalmente vacinado com as duas primeiras doses e uma de reforço continua a ser o melhor caminho para impedir a disseminação da covid-19."
ANTICORPOS
Já o estudo dos pesquisadores sul-africanos, publicado online nesta terça-feira, descobriu que anticorpos produzidos por pessoas vacinadas eram menos eficientes em evitar a infecção pela Ômicron do que outras formas do coronavírus já conhecidas. Cientistas disseram que, de certa forma, os resultados foram preocupantes, mas não causaram pânico.
Alex Sigal, um virologista do Africa Health Research Institute em Durban, na África do Sul, que conduziu o estudo, temia que as vacinas pudessem não fornecer proteção contra a variante. Era possível que a ômicron tivesse desenvolvido uma nova forma de entrar nas células, que tivesse tornado os anticorpos de vacinas inúteis. Mas não foi o que aconteceu. Os anticorpos das seis pessoas vacinadas não infectadas eram muito fracos contra a ômicron. Mas, entre os voluntários que tiveram covid-19 antes da vacinação, cinco em cada seis ainda produziram uma resposta potente.