Bahia tem dezembro mais chuvoso em 32 anos; número de mortes subiu para 24
É o dezembro mais chuvoso do estado desde 1989
O governo da Bahia confirmou na tarde desta quarta-feira (29) mais três mortes em decorrência das fortes chuvas que atingem o estado. Com isso, o número total de vítimas chegou a 24. A quantidade de feridos, por sua vez, saltou de 358 para 434.
Conforme a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), este é o dezembro mais chuvoso do estado desde 1989, o que tem causado riscos à população. Cerca de 91 mil moradores do estado já tiveram de deixar suas casas, enquanto o total de atingidos já chega a 629,4 mil pessoas.
Segundo o governo da Bahia, as três mortes confirmadas nesta quarta são de um casal que teve o carro arrastado por uma enxurrada em São Félix do Coribe e de um homem, morador de Ubaitaba, que foi atropelado por um motorista que perdeu a visibilidade por causa das chuvas. Ambas as cidades ainda não tinham registrado óbitos em consequência das precipitações.
Com as novas ocorrências, os municípios com vítimas fatais agora são: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (2), Aurelino Leal (1), Itabuna (2), São Félix do Coribe (2) e Ubaitaba (1).
Dados da Sudec apontam que, ao todo, cerca de 91 mil moradores do estado já tiveram de deixar suas casas desde a intensificação das chuvas, no início deste mês. Desse total, 37,3 mil pessoas estão desabrigadas e outras 53,9 mil, desalojadas.
As cidades em situação de emergência caíram de 136 para 132, mas o número segue alto. Ainda corresponde a praticamente um terço dos 417 municípios do estado.
Coordenador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o climatologista José Marengo explica que, pela atual situação, até mesmo precipitações mais fracas podem gerar riscos de deslizamentos e entupimento de bueiros.
"O solo está muito umido, muito saturado", explica o climatologista, que ressalta que a situação foi se agravando ao longo de dezembro. "É uma situação catastrófica, pouco frequente na Bahia. Qualquer chuva pode acarretar em riscos a partir de agora", alerta Marengo.