IMUNIZAÇÃO

Após Anvisa aprovar CoronaVac para crianças, governadores do Nordeste cobram urgência na compra de mais doses da vacina

Ofício enviado pelo Consórcio Nordeste ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destaca que "é incontornável a urgência de completarmos a vacinação de crianças e adolescentes no Brasil"

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Amanda Azevedo, Cinthya Leite

Publicado em 20/01/2022 às 22:42 | Atualizado em 21/01/2022 às 11:01
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Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar, nesta quinta-feira (20), o uso da CoronaVac em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos que não sejam imunocomprometidos, os governadores do Nordeste cobraram do Ministério da Saúde urgência na compra do imunizante anticovid, fabricado pelo Instituto Butantan no País. 

Ofício assinado pelo novo presidente do Consórcio Nordeste, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), enviado ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirma que "é incontornável a urgência de completarmos a vacinação de crianças e adolescentes no Brasil".

Mais cedo, Queiroga disse em uma rede social que o governo federal considera incluir a CoronaVac para crianças e adolescentes na campanha nacional de vacinação, mas que aguardará a publicação da decisão da Anvisa no Diário Oficial da União (DOU). "Todas as vacinas autorizadas pela Anvisa são consideradas para a PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19). Aguardamos o inteiro da decisão e sua publicação no DOU."

Liberação da CoronaVac para crianças

A vacina é a mesma usada em adultos, e o esquema para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos é igual ao que já é feito para as pessoas a partir de 18 anos: são duas doses aplicadas em um intervalo de 28 dias. A autorização ocorreu após um novo pedido de uso emergencial feito pelo Instituto Butantan em 15 de dezembro. A liberação não contempla pessoas desse grupo que são imunocomprometidas, aquelas que têm baixa imunidade. Mas a aplicação está autorizada para as crianças e adolescentes dessa faixa etária com comorbidades - ou seja, com doenças crônicas ou condições que podem agravar a infecção pelo coronavírus.

A decisão da Anvisa foi unânime: todos os cinco diretores da Anvisa foram favoráveis - Meiruze Sousa Freitas (relatora), Alex Machado Campos, Rômison Rodrigues Mota, Cristiane Rose Jourdan e Antônio Barra Torres (diretor-presidente). O Instituto Butantan havia solicitado a autorização para uso da CoronaVac a partir de 3 anos, mas a agência optou por esperar resultados de mais estudos feitos com crianças abaixo dos 6 anos.

Ao final da votação, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, ressaltou que não é a agência que vai determinar quando se inicia a imunização, já que a distribuição de doses e o cronograma dependem dos Estados e especialmente da operacionalização do Ministério da Saúde.

Pernambuco

Ainda na tarde desta quinta (20), São Paulo iniciou a aplicação da CoronaVac no público infantil. O estudante Caetano Moreira, de 9 anos, foi a primeira criança daquele Estado a ser vacinada com a CoronaVac. Além dele, mais 99 crianças foram imunizadas. Em Pernambuco, o secretário de Saúde, André Longo, disse ao JC, logo após a aprovação, que vai reunir o Comitê Técnico Estadual e os gestores municipais na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para as definições na próxima segunda-feira (24) à tarde. Ele garantiu que há doses em estoque para iniciar a vacinação desse público o quanto antes. "O certo é o Ministério da Saúde colocar (a estratégia de vacinação para esse grupo) no PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19). Espero que não demore 30 dias, que essa manifestação (do governo federal) seja ágil, pois os pais, em maioria, querem vacinar suas crianças", destacou André Longo.

As informações sobre a CoronaVac, enviadas à Anvisa e que baseiam o pedido de autorização para uso emergencial na população pediátrica, incluem um dossiê de segurança com os dados de 211 milhões de crianças e adolescentes que receberam a CoronaVac na China e os dados de efetividade da vacinação com o imunizante no Chile, onde ele já foi aplicado em mais de 1,5 milhão de crianças e adolescentes.

O secretário André Longo informou que o Estado tem um estoque de mais de 150 mil doses de CoronaVac. "Com aprovação da Anvisa, elas serão automaticamente revertidas para a população pediátrica. Esse total de doses representa de 14% a 15% desse grupo etário em Pernambuco", disse Longo.

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