Dom e Bruno: PF prende mais um suspeito na investigação sobre desaparecimento na Amazônia
A Polícia Federal informou, nesta terça-feira (14), que prendeu mais um suspeito de participação no desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, na região do Vale do Javari
Da Estadão Conteúdo e AFP
A Polícia Federal (PF) informou, nesta terça-feira (14), que prendeu mais um suspeito de participação no desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, na região do Vale do Javari, no Amazonas.
O preso é o pescador Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Ele será interrogado pelos policiais federais e depois vai passar por audiência de custódia na Vara Única de Atalaia.
Oseney é irmão do também pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, o primeiro preso pela PF na investigação.
Testemunhas relataram aos policiais federais que os dois saíram de barco em alta velocidade atrás de Bruno e Dom no dia do desaparecimento.
Durante as buscas nesta terça, a PF também apreendeu cartuchos de arma de fogo e um remo, que ainda serão analisados.
Investigação sobre desaparecimento de Dom e Bruno continua
Uma das principais pistas até o momento foram os vestígios de sangue encontrados no barco de Pelado. O material coletado foi enviado para perícia em Manaus, mas uma análise preliminar feita por técnicos do Instituto de Criminalística da Polícia Federal confirmou que o material é compatível com um estômago humano.
Os policiais também encontraram uma mochila e outros objetos pessoais que, segundo a PF, pertencem ao indigenista e ao jornalista. Os materiais foram localizados com a ajuda de mergulhadores do Corpo de Bombeiros em uma área alagada, de difícil acesso, no Rio Itaquaí.
O jornalista, colaborador do diário britânico The Guardian e autor de dezenas de reportagens sobre a Amazônia, preparava um livro sobre conservação ambiental. Pereira o acompanhava como guia por esta região remota onde atuam traficantes de drogas, madeireiros e pescadores ilegais.
Os desaparecimentos provocaram uma onda de solidariedade internacional e incendiaram novas críticas contra o governo de Jair Bolsonaro, acusado de incentivar as invasões das terras indígenas e de sacrificar a preservação da Amazônia para sua exploração econômica.
O chefe da diplomacia americana para a América Latina e o Caribe, Brian Nichols, tuitou nesta terça-feira que o caso "sublinha a preocupante tendência de violência contra jornalistas e ativistas nas Américas".