Como é o avião que caiu em Vinhedo, interior de SP, e deixou 62 mortos
O modelo é um ATR-72 500, fabricado em 2010. A ATR informa que aeronaves do tipo têm capacidade para 68 assentos. A velocidade máxima é de 510 km/h
O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, 9, é fabricado pela Avions de Transport Régional (ATR), uma joint-venture formada pela Airbus e a Leonardo. Os aviões são considerados seguros e muito utilizados para voos regionais.
O modelo da Voepass que se acidentou é um ATR-72 500, fabricado em 2010. A ATR informa que aeronaves do tipo têm capacidade para 68 assentos. A velocidade máxima de cruzeiro é de 510 km/h.
O avião é equipado com dois propulsores Pratt and Whitney Canada. Ele tem 27,16 metros de comprimento e 27,05 de envergadura. De acordo com ATR, a empresa é a principal fornecedoras de aeronaves com até 90 assentos do mundo. Os modelos da empresa são encontrados em cerca de 200 companhias aéreas de mais de 100 países.
Avião estava regular no momento da queda
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o ATR-72 da Voepass "se encontrava em condição regular para operar, com certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos". Ainda de acordo com a agência, os quatro tripulantes estavam devidamente licenciados e com as habilitações válidas.
Segundo o site de monitoramento de voos Flightradar24, antes de se acidentar em Vinhedo a aeronave já havia feito três voos nessa sexta-feira, 9. No início da madrugada, ela decolou de Guarulhos a Ribeirão Preto; depois, fez o trajeto inverso. Ainda pela manhã, voou de Guarulhos a Cascavel.
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No fim da tarde desta sexta, a companhia europeia ATR divulgou comunicado oficial informando que seus engenheiros "estão totalmente empenhados em apoiar tanto a investigação quanto o cliente (Voepass)". Ela também lamentou o acidente. "Nossos primeiros pensamentos estão com todas as pessoas afetadas por esse evento", declarou a ATR.
Aviões da ATR se envolveram em 461 ocorrências no País em dez anos
Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutico (Cenipa) mostram que, nos últimos dez anos, aviões da ATR se envolveram em 456 incidentes e em cinco acidentes nos aeroportos do País.
Um incidente aéreo é "toda ocorrência associada à operação de uma aeronave em que haja intenção de realizar um voo, que não chegue a se caracterizar como um acidente, mas que afete ou que possa afetar a segurança da operação", segundo definição do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).
Apesar do elevado número de incidentes, as aeronaves ATR são as que menos se envolveram em ocorrências no Brasil na última década. A lista é liderada por aviões da fabricante Airbus (1.102 ocorrências), seguidos dos da Boeing (946), Cessna (920), Embraer (880) e Neiva (551). Houve ainda 618 ocorrências com aeronaves de fabricantes não informados.
O banco de dados do Cenipa. contudo, não traz dados sobre o número total de voos realizados por cada tipo de aeronave no período. Assim, não é possível fazer uma relação de proporcionalidade.
Relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) divulgado no início do ano apontou que o número de acidentes aéreos no mundo vem diminuindo, atingindo seu menor patamar em 2023.
No ano passado, segundo a IATA, a taxa foi de 0,8, o que representa 1 acidente a cada 1,26 milhão de voos. Ao todo, 30 acidentes aéreos em voos comerciais foram registrados no mundo. Apenas um deles registrou vítimas: a queda de um turboélice da ATR semelhante ao que caiu agora em Vinhedo. O acidente aconteceu no Nepal, em janeiro, e provocou a morte de 72 pessoas.