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Protesto e cultura no Bairro do Recife

Manifestantes pediam o fim da vaquejada, os festivais uPlanet e de cultura judaica também levou muita gente ao local

Da editoria de Cidades
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Publicado em 28/11/2016 às 6:01
Tato Rocha/ JC Imagem
Manifestantes pediam o fim da vaquejada, os festivais uPlanet e de cultura judaica também levou muita gente ao local - FOTO: Tato Rocha/ JC Imagem
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O Bairro do Recife estava mais multicultural sendo o ponto de encontro dos participantes de um protesto contra a vaquejada, dos integrantes do Festival uPlanet e o 25º Festival de Cultura Judaica que se somaram as atividades culturais e desportivas promovidas pelo Recife Antigo de Coração que traz shows, brincadeiras e atividades esportivas no local no último domingo de cada mês. Cerca de 40 pessoas fizeram uma concentração na Avenida Rio Branco. Munidos de faixa e gritando palavras de ordem como: “vaquejada não é esporte, não é cultura, é tortura”. Eles passaram pela Avenida Rio Branco, discursaram no palco montado do Festival uPlanet e seguiram para o Marco Zero.

“Não aceitamos que a vaquejada seja transformada em cultura, porque isso abre precedente para maus tratos aos animais e outras práticas como a rinha de galo e a farra do boi – no qual o animal desfilava e era apedrejado –”, conta a presidente da Federação das Associações Organizadas da Sociedade de Proteção aos Animais de Pernambuco (FAO), Luciane Nascimento. O protesto contou com representantes de 11 entidades filiadas à FAO.

Segundo Luciane, “a vaquejada pode continuar como evento, show. Queremos que o animal seja substituído por outra forma de entretenimento”, defende Luciane. Ela argumenta que em alguns lugares fora do País já está sendo usado um boi mecânico.

A polêmica sobre a vaquejada voltou a ser alimentada no mês passado, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a lei cearense 15.299/2013 que regulamentava a vaquejada como evento cultural. Em Pernambuco, a vaquejada é o principal evento econômico-social de muitas cidades do interior.

Música e comidas judias foram o atrativo da Rua do Bom Jesus, o palco do 25º Festival da Cultura Judaica que teve como tema Judaísmo e Jerusalém, vínculo eterno. “Queremos mostrar o legado do povo judaico com Jerusalém”, conta a organizadora do evento, Sônia Sette, também presidente da Federação Israelita de Pernambuco. 

SUSTENTÁVEL

Ainda na Avenida Rio Branco, a preocupação com o planeta e práticas mais sustentáveis foram a principal temática do uPlanet que instalou um palco e cadeiras também na Avenida Rio Branco. As palestras foram sobre economia circular – que prevê uma produção com o total reaproveitamento dos resíduos gerados na etapa fabril –, mobilidade urbana, entre outras. “Hoje há uma lógica inversa para construir uma nova economia que inclua as pessoas e recupere o meio ambiente. A economia circular está dentro desse conceito: reaproveita o resíduo, tira menos material da natureza e gasta menos energia”, resume o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier. 

O uPlanet também contou com uma intervenção de grafitagem no final do dia. “Uma cidade melhor é feita por pessoas melhores”, escreveu num dos quadros gigantes o grafiteiro Rafa Mattos. “Para coexistir, a gente tem que amar e criar diálogos entre o público e o privado, o governo e as pessoas, ser mais tolerante”, conclui.

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