Liminar

Moradores terão que desocupar laje do Túnel Augusto Lucena

Justiça dá prazo de três dias para saída voluntária do local, que tem risco em sua estrutura

Cidades
Cadastrado por
Cidades
Publicado em 05/09/2017 às 19:17
Diego Nigro/JC Imagem
Justiça dá prazo de três dias para saída voluntária do local, que tem risco em sua estrutura - FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
Leitura:

O medo das cerca de 40 famílias da comunidade Pocotó que ocupam a laje do túnel Augusto Lucena, ao lado do viaduto Tancredo Neves, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, se confirmou: liminar judicial determina a saída delas do local voluntariamente em um prazo de três dias, a contar da data de recebimento da intimação. A decisão da juíza Mariza Silva Borges, da 3ª Vara da Fazenda Pública, atende a pedido da Procuradoria do Recife.

De acordo com o procurador Gustavo Andrade, um laudo da Secretaria Executiva de Defesa Civil (Sedec), que baseou o pedido, constatou risco na ocupação, no que diz respeito à estrutura do túnel e também aos próprios moradores e transeuntes, daí a necessidade de que todos saiam urgentemente e as casas sejam removidas.

“Reconhecemos o problema social de falta de moradia, mas como existe o risco na estrutura do viaduto, principalmente na parede lateral, que está recebendo muito peso, estamos tentando resolver o problema de segurança”, afirma o procurador. “A questão de moradia é delicada, existem outras famílias esperando em cadastro, mas não há solução a curto prazo”.

Os moradores começam a receber a intimação ainda hoje. A decisão proferida pela juíza prevê que a Prefeitura do Recife disponibilize pessoal e transporte para a mudança dessas famílias para outro local que elas indiquem. Conforme Gustavo, durante a negociação foi sugerido um local próximo, mas o pessoal se recusou.

NEGOCIAÇÃO

O município vem tratando da desocupação com os moradores há mais de quatro meses, tendo a primeira reunião ocorrido em 26 de abril. Eles haviam recebido notificação da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano para deixar o local até o dia 7 de julho e chegaram a realizar alguns protestos.

A data foi marcada por forte apreensão, mas o temido despejo não aconteceu. Na época, a comunidade informou que estavam reivindicando ao município um local para as famílias ficarem ou assistência, pois a maioria não tinha aonde ir e estava desempregada. Muitos estão na comunidade há 12 anos e há, inclusive, casas de alvenaria construídas sobre o túnel.

Últimas notícias