SEQUESTRO

Mãe de menina levada pelo padrasto deve fazer exame de DNA nesta segunda-feira

Expectativa é que Iraneide Lourdes Dantas de Oliveira compareça ao Instituto de Genética Forense, onde o exame será realizado, na manhã desta segunda-feira

Da editoria de Cidades
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Publicado em 17/12/2018 às 5:06
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Expectativa é que Iraneide Lourdes Dantas de Oliveira compareça ao Instituto de Genética Forense, onde o exame será realizado, na manhã desta segunda-feira - FOTO: Foto: Divulgação/PCPE
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A mãe de Maria Irlaine Dantas da Silva, 10 anos, sequestrada semana passada pelo padrasto, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, estará hoje em Jaboatão dos Guararapes para coletar sangue para realização de exame de DNA. O corpo de uma menina foi encontrado sábado, num canavial em Ribeirão, na Zona da Mata, e segundo familiares, é de Irlaine. A expectativa é que Iraneide Lourdes Dantas de Oliveira compareça ao Instituto de Genética Forense, onde o exame será realizado, na manhã desta segunda-feira (17).

De acordo com o delegado do Cabo e responsável pelo caso, Mamede Xavier, além do DNA será feito exame sexológico no corpo para identificar se houve violência sexual. “Não podemos descartar nenhuma hipótese. Por isso pedi que fosse feita também a perícia sexológica”, explicou. Ele disse, entretanto, que a liberação do corpo para a família de Irlaine independe do resultado do DNA, que deve sair em até 10 dias úteis. A identificação informal da menina ocorreu a partir da pintura de uma borboleta em uma das unhas do pé.

O corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição por um grupo de moradores de Ribeirão e de Barra de Guabiraba, cidade do Agreste onde reside o pai de Irlaine, João Pereira da Silva. Estava a cerca de 600 metros de distância do local onde o padrasto dela, José Carlos da Silva, 41, se enforcou, na última quinta-feira (13), em Ribeirão, pendurado em uma ponte na BR-101. Familiares disseram que ele descobriu um câncer nos testículos recentemente.

“A gente juntou uma turma de uns 15 homens para procurar, no sábado. Alugamos um carro e fomos até Ribeirão. Na sexta eu já tinha ido de moto com meu cunhado, mas não achamos nada. No sábado, um grupo ficou numas bóias, procurando no rio, e outro pelos matos. O corpo estava debaixo de uma moita, numa situação muito triste, com cheiro forte”, relatou João, ontem de manhã, enquanto esperava liberação do corpo no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, área central do Recife. “Nós que corremos atrás para procurar. Do jeito que estava não iam achar não”, comentou.

“Eu vi o corpo, reconheci Lalá (como a menina era chamada) por causa da unha. Ela gostava de botar tipo um lacinho no dedão e as outras simples. E o da mão, ela pintou com o esmalte que eu tinha comprado”, comentou a irmã mais velha dela, Naedja Maria da Silva, 23. Naedja é a filha do pai de Irlaide.

SUMIÇO

Iraneide vivia com José Carlos e a filha há cerca de dois anos no bairro de Charnequinha, no Cabo, desde que se separou do pai de Irlaine. Parentes disseram que José Carlos era ex-presidiário, muito ciumento e que tentava afastar a menina do convívio com a família paterna. Ele teria desaparecido com a enteada depois que Iraneide comunicou que queria se separar dele. O sumiço ocorreu na segunda-feira passada, um dia depois de Iraneide ter pedido a separação. Eles teriam brigado e José Carlos tentou enforcá-la, mas foi impedido por amigos.

Quando Iraneide acordou percebeu que a filha e o marido não estavam em casa. O celular dela também havia sumido. “Na terça-feira à noite ele fez contato com Iraneide e disse que entregaria a menina na quarta-feira de manhã. Mas não apareceu. Na quinta, achamos o corpo dele enforcado numa ponte de Ribeirão”, disse Mamede Xavier.

Familiares afirmaram que não foi a primeira vez que ele sequestrou Maria Irlaine. “Uma vez ele foi para Santa Cruz do Capibaribe e ficou lá dois dias com ela”, relatou uma parente que pediu para não ser identificada.

“Teve um dia que José Carlos sumiu com Lalá, mas trouxe no mesmo dia. Passou a tarde com ela no shopping, depois voltou. Faz tempo, foi logo no começo do relacionamento. Ele fez isso porque tinha brigado com a minha madrasta”, lembrou Naedja.

Ela disse ainda que as brigas do casal aconteciam por ciúme. “Ele era muito ciumento. Não queria Iraneide com ninguém, com amiga, com vizinho, só era dentro de casa. Se ela ia pra cama, ele ia. Se ia pro sofá, ele ia atrás”, lembrou Naedja.

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