Janeiro de Grandes Espetáculos

Festival de teatro começa nesta quinta (15)

Entre os destaques da abertura está o gaúcho "Maldito coração, me alegra que tu sofras"

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 14/01/2015 às 6:02
Crédito: Luciana Corso
Entre os destaques da abertura está o gaúcho "Maldito coração, me alegra que tu sofras" - FOTO: Crédito: Luciana Corso
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De ópera a drama de coração partido se faz a abertura do Janeiro do Grandes Espetáculos deste ano, que começa amanhã. Uma programação de 90 atrações diferentes, sendo 37 de teatro adulto, nove de teatro para crianças, 17 de dança, cinco leituras dramatizadas, 17 espetáculos musicais, uma ópera, uma noite de mágica e três saraus movimentarão o Recife e mais três cidades do Estado até o dia 1º de fevereiro. Na noite de abertura, serão quatro apresentações, com destaque para o gaúcho Maldito coração, me alegra que tu sofras, encenado até sexta-feira no Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro) às 19h. 

No monólogo premiado, que estreou em 1996 e é recorrente sucesso sempre que apresentado, a atriz Ida Celina interpreta uma mulher de meia-idade que conta o cotidiano de sua vida amorosa às pessoas que supostamente estão circulando no mesmo espaço onde ela se encontra. À medida que a personagem desnuda as razões que a fizeram chegar àquele local, com comentários onde o humor se alterna com emoções intensas, o público vai montando as partes de uma história onde fatos ambíguos oscilam entre a realidade e a fantasia. “A proposta da encenação segue minha maneira de trabalho: um espetáculo absolutamente despojado, focado essencialmente no texto e na interpretação da atriz, com um cenário mínimo e desenho de luz bem elaborado”, explica o diretor Mauro Soares. 

“A Mulher (nome da personagem) conta situações com as quais as pessoas se identificam de alguma maneira. O texto é um trampolim maravilhoso para o trabalho de atriz, apresenta muitas dessas nuances, significados. Desde jovens até pessoas de maior idade se identificam. Essa mulher fica 50 minutos ali. Não tem quarta parede, não toca em ninguém, vai contando essa história, e seduzindo a plateia”, diz Ida, para quem o ato de estar sozinha no palco se anula quando a plateia retorna sentimentos e atenções, se fazendo cúmplice da interprete. “É um desafio gostoso e encantador quando tu começas a sentir que tens a devolução no riso, na expressão de uma pessoa. Me dá muito prazer.”

MAIS ATRAÇÕES

Pela primeira vez em 21 edições, o Janeiro de Grandes Espetáculos terá mais de uma atração na noite de estreia. Amanhã, no Teatro Hermilo Borba Filho, às 21h, tem Gaiola de moscas, do Grupo Peleja. Adaptado do conto homônimo do escritor moçambicano Mia Couto, o espetáculo é inspirado na brincadeira popular pernambucana do cavalo-marinho. No enredo, Zuzé é um curioso comerciante, vendedor de cuspes que, para salvar os negócios, se torna vendedor de moscas. Sua mulher acaba se encantando por um forasteiro. Em cena, músicos e atores-dançarinos apresentam sua própria brincadeira contemporânea.

Já no Teatro de Santa Isabel, às 20h, a Companhia de Ópera do Recife (Core) apresenta As bodas de Fígaro, versão compacta da ópera de Mozart, composta em 1786, a partir do libreto de Lorenzo da Ponte. A obra satiriza hábitos da nobreza no século 18 e conta a divertida história de confusão durante os preparativos do casamento entre Susanna e Fígaro, servos do Conde e da Condessa Almaviva. O espetáculo é encenado hoje, fora da programação do festival, no mesmo teatro e horário. 

MÚSICA

Dentro do Janeiro de Grandes Espetáculos, uma programação musical também movimentará os palcos de Pernambuco. Amanhã, na abertura, quem faz show é a cantora e compositora Karynna Spinelli. Ela se apresenta no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), às 20h30, com o seu mais recente trabalho, o disco Negona, abrindo o primeiro final de semana de música do evento.

Imersa em melodias e batuques da cultura afro-indígena, neste show a cantora revisita o samba de Pernambuco com marcas dos cantos de terreiros, as toadas e a gafieira. O disco é o segundo trabalho de Karynna, realizado de forma independente, e conta com direção musical de Yuri Queiroga e arranjos de Lucas dos Prazeres.

 

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