Dona Déa Lúcia, 69 anos, continua uma inspiração permamente para Paulo Gustavo, niteroiense, ator, 38, dono do posto de maior pop star do humor contemporâneo brasileiro e de um público de 4,7 milhões de pessoas apenas na primeira adaptação cinematográfica de Minha mãe é uma peça. Nestes sexta e sábado, o comediante faz novas quatro sessões encarrilhadas, já praticamente lotadas, no Teatro Guararapes, do espetáculo que o acompanha, seu grande divisor de águas, desde 2006.
"Eu não moro mais com a minha mãe, mas convicto muito com ela, graças a Deus, e minha família é uma família de muitas mulheres. Então, vou sempre observando elas. A peça é mesmo fruto desse laboratório, essa convivência ainda vai dar muito pano pra manga", diz o ator, por telefone. "O texto muda, mas muda pouquinho, porque não dá pra mexer no que tá dando certo, mas houve algumas adaptações, mais 89% do espetáculo é o mesmo", diz ele. "Não é um espetáculo que tenha muita margem para improvisos".
COMOÇÃO
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Para quem, por um raríssimo acaso, não tenha ouvido falar desse blockbuster do humor nacional de costumes, Minha mãe é uma peça apresenta o surpreendentemente ordinário cotidiano de Dona Hermínia, uma mãe madura, meia idade, aposentada que, às voltas com a filha gulosa e o filho gay, procura continuar fazendo sua condição de mater segura fazendo sentido. Com um timming incomum para a comicidade das situações corriqueira, Paulo Gustavo tem uma inteligência cênica rara para potencializar velhos clichês e estereótipos. Em alguns momentos, converte a chuvas de gargalhadas em emoção comovida.
Há poucas, mesmo, novidades para esta temporada recifense. A peça ganha nova cenografia, assinada por Zé Carratu, figurino contemporâneo de Beka Koves e a trilha, renovada, é do músico Zé Ricardo. A direção é do onipresente João Fonseca. A realização local é da Art Rec Produções. Para as quatro sessões restam pouquíssimos ingressos.
Espécie de peça-destino na vida do ator, Paulo Gustavo não sabe até quando continuará fazendo o espetáculo. "Eu tenho 38 anos de idade, acho que posso fazer até os 50", brinca ele que não tem urgência para caminhar fora da comédia que é seu leito. "Eu me vejo fazendo drama, mas vou esperar até aparecer um projeto que realmente me motive, não é uma coisa que me cobro, nem acho que vou ser melhor ou pior, não tenho esse tipo de julgamento. Tenho zero. Posso viver e morrer fazendo comédia e tenho o maior orgulho da minha trajetória com esse gênero".
A peça, no entanto, tem vida garantida até 2020, quando Paulo Gustavo começa a filmar a terceira sequência cinematográfica de Minha mãe é uma peça. "Até lá, certamente, vou fazendo", ele diz, já ansioso para pisar no palco do Guararapes. "A plateia de Recife é uma loucura, acho que vai ser uma explosão de risadas e vamos botar o teatro pra pegar fogo". Restam pouquíssimos ingressos para as sessões. Para atender a demanda de público, Paulo Gustavo teve que fazer três sessões extra. Restam pouco mais que cem ingressos para as quatro apresentações.
Minha Mãe É Uma Peça, com Paulo Gustavo. Sexta, às 19h (EXTRA) e 21h30 (EXTRA). Sábado, 2 de setembro (sábado), às 18h30 (EXTRA) e 21h30. Teatro Guararapes - Centro de Convenções de Pernambuco. Informações: 3182.8020. 70 minutos.