AMARÉ

'Espera o Outono, Alice' chega sem medo de se lançar no palco

Grupo teatral pernambucano chega à sua segunda peça; Espetáculo versa sobre os sofrimentos de uma vida cotidiana

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 27/01/2018 às 18:35
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Grupo teatral pernambucano chega à sua segunda peça; Espetáculo versa sobre os sofrimentos de uma vida cotidiana - FOTO: Foto: Divulgação
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Lançar-se no escuro é um processo que, apesar de tentador, assusta. A incerteza de onde se vai chegar faz com que muitos optem por trabalhar sobre algum tipo de solidez, de referencial. No entanto, para o grupo pernambucano AMARÉ, descobrir aos poucos os caminhos que levariam ao seu segundo espetáculo pareceu uma escolha natural. Desse processo, nasceu Espera o Outono, Alice, peça que o coletivo apresenta neste domingo (28), às 17h e às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho, encerrando a programação do 24º Janeiro de Grandes Espetáculos.

Grupo nascido do desejo de seus integrantes em pesquisar dramaturgia e encenação, em 2014, o AMARÉ montou seu primeiro espetáculo, Amar É Crime, em 2016. Finalizado esse primeiro processo, convidaram o encenador Quierceles Santana para desenvolverem juntos uma nova montagem.

A princípio, pensaram em navegar águas conhecidas: iam se debruçar sobre Esperando Godot, clássico de Samuel Beckett. Porém, durante os primeiros encontros, viram que suas angústias apontavam para outras direções.

“É mais difícil ir construindo a dramaturgia à medida em que se vai avançando, então o grupo não tinha ideia do que deveria ser feito. Foi então que começamos a fazer exercícios voltados para a parte física, para que os corpos direcionassem para onde deveríamos ir”, explica Quierceles Santana, que cuida da encenação ao lado de Analice Croccia.

O elenco formado por Isabelle Barros, Micheli Arantes, Natali Assunção e Gustavo Soares passou então a trazer referências, fossem textos, filmes, músicas, de questões que lhes instigavam. A partir dos exercícios e discussões nos ensaios, coletivamente, passaram a constituir a dramaturgia que resultou em Espera o Outono, Alice.

“Foi um processo longo, mas que refletiu o que nós, enquanto artistas, queríamos, de fato, expressar”, reforça Natali Assunção.

ALICE SOMOS NÓS

Espera o Outono, Alice tem como tema central a vida da protagonista que dá nome à peça – ainda que, para isso, parta de um ponto trágico. De forma não linear, o público vai tomando contato com uma existência cheia de questionamentos, amores, desilusões, angústias e alegrias – como a de qualquer ser humano.

Com todos os intérpretes se revezando no papel da protagonista e de personagens com quem ela estabeleceu relações, o grupo busca reforçar a universalidade que há na história desta mulher, trabalhando a empatia da plateia a partir da dualidade da vida e da morte.

“Alice é uma pessoa comum, que poderia ser eu ou você, com sonhos, desejos e cargas. As questões dela são as nossas porque tocam no questionamento das relações, da tentativa de se encontrar no mundo”, aponta Natali.

ÚLTIMAS ATRAÇÕES

Também encerrando o 24º Janeiro de Grandes Espetáculos, às 10h, o Teatro Boa Vista recebe a montagem local do clássico A Bela e a Fera.

Às 16h30, Era Uma Vez na Terra, da Luau Produções Artísticas, sobe ao palco do Teatro Luiz Mendonça (Dona Lindu).

SERVIÇO

Espera o Outono, Alice – Neste domingo (28), às 17h e às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife). Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia). Informações: 3355-3320

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