Janeiro de Grandes Espetáculos

Peça 'Duelo': Paulo de Castro volta aos palcos após 16 anos

Montagem, que estreou há 25 anos, é apresentada no Teatro Apolo

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 29/01/2020 às 16:55
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Montagem, que estreou há 25 anos, é apresentada no Teatro Apolo - FOTO: Divulgação
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A apresentação da peça Duelo nesta quinta (30), às 20h, no Teatro Apolo, será permeada por camadas de simbologia para os envolvidos em sua montagem. O trabalho, que estreou há 25 anos no Recife, marca o retorno de Paulo de Castro, afastado dos palcos há 16 anos, e reafirma os laços de amizade de um grupo de artistas que tem no teatro – em cena aberta ou nos bastidores – sua paixão.

Responsável pelo Janeiro de Grandes Espetáculos e pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), da qual é presidente, Paulo de Castro foi paulatinamente deixando de atuar para se dedicar por completo à produção. Mas as questões burocráticas exigidas pela área nunca apagaram sua vontade de interpretar.

“É uma expectativa grande. Subir no palco de novo é o que eu mais queria na vida, mas por questões de sobrevivência fui sempre adiando”, contou ao JC no início do mês. “Estou nervoso (risos).”

A ideia de montar o espetáculo já era maturada há três anos. Além de Paulo, o elenco original de Duelo retorna, com exceção de Ana Maria Sobral, que é substituída por Angélica Zenith. Voltam à cena em seus papéis originais, Pedro Henrique de Andrade Dias, Júlio Rocha, Mário Miranda e Carlos Lira. Carlos Carvalho, que escreveu o texto, também assina a direção.

O espetáculo tem como base o teatro antropológico, com foco no trabalho do ator, e investe no minimalismo em todos os aspectos. A trama acompanha uma história de vingança desenvolvida a partir de um triângulo. Uma tentativa de acerto de contas acaba desencadeando uma tragédia que afeta não só os amantes, mas aqueles ao redor.
Para Carlos Carvalho, o trabalho é antes de tudo uma reflexão sobre a natureza humana e a linha tênue que separa o amor e o ódio. Ele aponta ainda que a peça ganhou nuances desde sua última apresentação, em 2002, dentro da circulação nacional do Palco Giratório.

“É um amadurecimento deles como intérpretes e também meu como diretor. É uma peça que constrói imagens poéticas, de um sertão que é menos um local e mais um estado de espírito. Há uma aridez que diz respeito às relações humanas e às dificuldades que temos de nos relacionar. Por isso optamos por uma encenação crua, visceral”, pontuou Carlos.

MAIS DO JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS

Nesta quarta-feira (29) o Janeiro de Grandes Espetáculos apresenta a peça Beatriz e o Peixe-Palhaço, de Elsa Pinho, às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho. Às 19h30, no Teatro Luiz Mendonça, a Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste e Silvério Pessoa fazem um show em homenagem a Jackson do Pandeiro. Às 20h, no Teatro Santa Isabel, Alessandra Leão canta o repertório do disco Macumbas e Catimbós. Às 20h30, o grupo pernambucano Acupe monta o espetáculo de dança contemporânea Banquete de Amor e Falta no Teatro Marco Camarotti (Sesc Casa Amarela).

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