Obras desenvolvidas pelo artista Rodrigo Braga nos últimos cinco anos compõem a exposição Agricultura da imagem. São 30 fotografias, três vídeos e o que ele chama de "gabinete instalação", formado por itens encontrados em campo. Inaugurada nesta quarta-feira (3/9) em São Paulo, no Sesc Belenzinho, a mostra é a maior individual da trajetória do artista até o momento. O evento de abertura é voltado para convidados e a visitação, que é gratuita, continua até o dia 30 de novembro.
O nome da mostra foi inspirado em uma afirmação do artista canadense Jeff Wall: "Existe o fotógrafo caçador, aquele que espera o momento certo de clicar uma situação, e existe o fotógrafo agricultor, que constrói a situação a ser fotografada".
A segunda possibilidade remete ao processo criativo de alguém como Rodrigo, que, em diferentes paisagens naturais, prepara o que será fotografado por ele com elementos como folhas e pedras e, muitas vezes, a presença do próprio corpo. Na definição do curador da mostra, Daniel Rangel, Rodrigo "sempre parece estar buscando imagens que já existem em sua cabeça, em um eterno déjà vu imagético".
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O artista lembra do conceito da mimesis no trabalho dele. Na primeira obra reproduzida na galeria de fotos abaixo, por exemplo, nota-se a conexão entre a forma da folha e a do peixe. Os ciclos naturais, a morte e a transformação também são bastante presentes na obra de Rodrigo, que recolheu animais deixados por pescadores ou encontrados na maré baixa para fazer esta série.
Entre as criações de Agricultura da imagem, o artista foi a locais no Rio Negro, no litoral de Pernambuco e nos cursos d’água do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A exposição foi idealizada pelo Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo), Oscip baseada em São Paulo, e existe a intenção de realizá-la também no Recife.