O sindicato de cineastas do Afeganistão protestou contra a desqualificação do longa Utopia pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organizadora do Oscar. Indicada pelo país para representá-lo, a obra perdeu a chance de disputar a estatueta de melhor filme em língua estrangeira em 2016 por ter "inglês demais".
Em carta endereçada à Academia, o presidente do sindicato afegão, Jawanshir Haidary, expressou a intenção do país de apelar da desqualificação, informou a revista The Hollywood Reporter.
"Nós pedimos que vocês considerem nossos pontos e reconsiderem a escolha de vocês. Não possuímos outro filme desta qualidade para representar o Afeganistão no Oscar de 2016", afirma ele em outro trecho da carta.
Os organizadores do Oscar justificaram a decisão atentando para a 13ª regra, sessão A, do regulamento da categoria de filmes estrangeiros, segundo a qual estes "devem ter diálogo predominantemente em outro idioma que não o inglês".
"Utopia tem 48 minutos de cenas nos idiomas dari e hindu e 37 minutos de inglês em um filme de 85 minutos, excluindo os créditos. Desta forma, aos nossos olhos, é um longa em língua estrangeira", contra-argumentou Haidary.
O diretor Hassan Nazer fez coro ao protesto na carta do sindicato: "Em Utopia, a autenticidade é tão importante que, ao viajar para o Reino Unido, nossa protagonista deve falar inglês. Ao se comunicar na Índia, a língua comum também seria essa".