LANÇAMENTO

Global e maturado, 'Esse é o Nosso Mundo' é o segundo álbum da Mamelungos

Produzido seis anos depois da estreia, disco reforça a personalidade criativa dos recifenses

NATHÁLIA PEREIRA
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NATHÁLIA PEREIRA
Publicado em 01/10/2016 às 7:00
Foto: Bruno Guerra/Divulgação
Produzido seis anos depois da estreia, disco reforça a personalidade criativa dos recifenses - FOTO: Foto: Bruno Guerra/Divulgação
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Desde quando Thiago Hoover, Luccas Maia, Weré Lima e Peu Lima decidiram sintonizar suas nuances musicais para então assinar como os Mamelungos de Recife, os rótulos pré-definidos já não enchiam os olhos dos quatro músicos. No álbum de estreia, Mamelungos (2010, independente), a escolha fica clara quando a abertura acontece com um reggae, De Galho em Galho, que sai de cena dando espaço para o samba Ipê Amarelo. O bom começo, no entanto, foi seguido por um hiato de quase seis anos, interrompido agora pelo lançamento de Esse é o Nosso Mundo, segundo trabalho de estúdio disponível para audição em plataformas digitais.

Nas novas 11 faixas, o resultado de um ano de maturação de músicas já conhecidas por quem frequenta os shows, composições individuais e uma coletiva, a marchinha abre-alas La Lune. São canções com transições marcadas entre gêneros, encorpadas e diferenciadas também pelas variações entre as vozes do quarteto. “No começo de 2015 fomos pra uma casa em Serrambi pra começar a dar rosto a essas músicas. Saímos de lá com uma pré produção e seguimos com o processo de mudança para São Paulo, onde continuamos a construção do álbum”, conta Weré Lima. 

A mudança para a capital paulista foi o mesmo caminho trilhado pelo conterrâneo China, que assumiu a produção do disco, dando a ele um toque maior de música brasileira. “Passamos duas semanas gravando por lá, depois mais duas no Recife, onde gravamos os metais com músicos da Bomba do Hemetério e da orquestra do Maestro Spok”, comenta Weré. As participações de Buguinha Dub e Yury Callil (da Cidadão Instigado) na mixagem e os vocais de Lula Queiroga, Marcelo Jeneci, Flaira Ferro, Sofia Freire e Vanessa Oliveira arrematam o caráter coletivo da nova empreitada.

“Todas essas pessoas já tinham ligação com a gente. Jeneci foi uma espécie de guru, opinando em produção, masterização. Flaira é nossa parceira, amiga de muito tempo, antes até de ela começar a cantar. E Vanessa comentamos que é o nosso quinto elemento. Apneia (a faixa 7) é uma composição minha pra ela. Foi assim com todo mundo que chegou junto”, detalha Thiago Hoover. 

- Ouça o álbum na íntegra:

O Nosso Mundo que vem do título, então, é sobre o universo criativo deles, mas é também global, sobre Recife e sobre o lado de fora. “Bem mais que um sofá na sala / Mais que um apartamento / Esse é o nosso mundo / Abre a janela pra ver / O horizonte se depara com paredes sempre iguais”, apontam em Varanda. Nela, dividem os vocais com Lula Queiroga, de quem são fãs e ídolos.

“Os meninos cresceram. Estão fazendo uma música aberta. Contendo um ingrediente indispensável e tão pouco usual na música que se faz atualmente: desenho melódico. E é muito bom quando esse desenho é criativo, cheio de diversidade e caminhos”, analisa Lula em texto sobre os músicos.

INTERNACIONAL

A conversa dos Mamelungos com a reportagem do JC aconteceu no meio de uma tarde, numa ligação telefônica entre Recife e Estados Unidos. A banda está em território americano para viabilizar uma possível primeira turnê fora do país. Ficam por lá durante outubro, com um show já marcado para o dia 22/10, em Nevada City, estado da Califórnia. A apresentação acontece junto ao rapper e amigo Ryan Wink, que também apresenta trabalho novo.

“Voltamos pro Brasil em novembro, com a ideia de levar a turnê pra Recife, Rio de Janeiro, São Paulo”, diz Hoover. As idas aos palcos vão variar entre uma banda mais orquestrada, com músicos de apoio para os sopros da gravação original; um segundo formato, elétrico, com os quatro e seus instrumentos de origem; e um último, acústico, fechando a tríade de versões do Mundo dos Mamelungos. 

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