O lançamento do CD Todo dia é o fim do mundo, no último sábado, deixou praticamente lotado o Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu). Na plateia, era grande a presença de artistas, parceiros e pessoas que de umaforma ou de outra passaram pela vida de Lula Queiroga. O clima de reunião deamigos ficou evidente quando ao se despedir o compositor brincou dizendo quetodos deixassem seus CPFs com a produção para receberem um abraço e também na participação do cantor da Mombojó, Felipe S, saudado pela parceria e também como filho do amigo e artista plástico Mauricio Silva, que estava na plateiacom sua esposa e quatro filhos recém chegados da França.
“Muito bom ver tanta gente aqui nos bastidores que está contigo a bastante tempo e só fico feliz de ser mais um”, disse o convidado, explicando que seu primeiro emprego foi na produtora de Lula Queiroga, onde participava da produção do programa de Roger de Renor, outro que também estava na plateia. A interpretação dos dois cantores de Melhor do que eu sou (Tem juízo mas não usa), por sinal, foi um dos melhores momentos do show.
Apesar de simples, o cenário formado por nuvens de algodão e a iluminação compuseram perfeitamente o ambiente do lançamento, que contou ainda com um som alugado, já que o Teatro Luiz Mendonça seria palco ontem de um encontro de bateristas. A ironia de Lula Queiroga, um dos fundadores e talvez o maior responsável pelo sucesso do Quanta Ladeira, ser patrocinado pela Prefeitura do Recife e lançar seu CD no Parque Dona Lindu, justamente o alvo de uma das críticas mais ácidas e comentadas do bloco nos últimos carnavais parece ser justificada. Além da localização em plena Avenida Boa Viagem, o espaço tem um tamanho acolhedor que cria um clima perfeito para um evento que ficaria perdido na imensidão do Teatro Guararapes ou mesmo no isolado Teatro da UFPE. Em um espetáculo tão ensaiado, não caberia mmuitas referências e restou à plateia um sorriso de canto de boca quando o cantor brincou: “Salve Dona Lindu. Com todo respeito”.
O show teve as esperadas participações de Vinicius Sarmento, Isaar, Spock e da banda Mamelungos.Presente na plateia, um dos integrantes do Rappa acabou sem participar do show,já que se apresentaria com sua banda no Pavilhão do Centro de Convenções namesma noite. Mas Lula Queiroga não poderia encerrar sua apresentação sem uma pequenasurpresa e, no bis, acabou deixando acontecer uma pequena invasão de crianças dasua família, que tocaram na percussão ao lado da sua banda (Lucky Luciano, JeanPierre, Tostão, Lucas dos Prazeres, Tiago Hoover e Yuri Queiroga). “São os meninos do Candeal, que acabaram de chegar do Ilê Ayê”, comemorou o sucesso deum show bem ensaiado.