DE VOLTA ÀS ORIGENS

Mimo se espalha em Olinda

Além de concertos de alto nível, evento conta com exibição de filmes, fóruns e workshops com entrada franca

Da redação
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Publicado em 18/11/2016 às 9:06
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Além de concertos de alto nível, evento conta com exibição de filmes, fóruns e workshops com entrada franca - FOTO: Foto: Divulgação
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Começa hoje a 13ª Mostra Internacional de Música em Olinda (Mimo). Com interessantes nomes da música nacional e internacional, o evento volta à cidade de origem após um ano de pausa – devido à falta de patrocínio –, contando também com exibição de filmes, literatura, fóruns e workshops, com entrada franca e aberta ao público.

A abertura acontece a partir das 18h de hoje, com Zeca Baleiro, no show Violoncelo e Piano, no qual faz releituras de Belchior a Lou Reed, os portugueses Mário Laginha & Pedro Burmester, Sons of Kemet (Inglaterra) e Fênix, além da parceria Bosco & Holanda e do som dançante anos 1970 de Pat Thomas.

“Este ano continua difícil, mas chegamos a um número de patrocínio que nos deu condições de fazer novamente todo o circuito”, disse Lu Araújo, idealizadora do evento, à época do anúncio da programação.

Responsável por movimentar o comércio da cidade histórica, atraindo um bom número de visitantes vindos dos outros municípios da Região Metropolitana, o festival este ano esbarra na falta de estrutura da cidade histórica para receber o público. Como noticiado pelo Jornal do Commercio na última quarta-feira (16/11), o Parque do Carmo, berço para o palco principal, está com o gramado falho e ressecado, as grades de ferro estão soltas e enferrujadas e as pichações impedem a identificação de alguns dos monumentos históricos. As lixeiras também são poucas.

Carro-chefe durante os três dias, a música, apesar da contenção de gastos provocada pela alta do dólar, terá concertos importantes como os do africano Pat Thomas e sua Kwashibu Area Band, presente em festivais de todo o mundo. Entre os brasileiros, os paulistas da celebrada Bixiga 70 e o cantor e compositor João Bosco, que sobe ao palco junto ao bandolinista Hamilton de Holanda.

MOSTRA DE CINEMA

A Mostra Mimo de Cinema traz 15 filmes, entre curtas e longas-metragens, que serão exibidos na Tenda Ribeira e na Igreja da Sé de hoje até domingo. Como sempre, a mostra faz um apanhado dos melhores documentários que têm a música com tema, produzidos ao longo do ano. Em virtude do hiato da última edição, alguns títulos produzidos em entre 2014/2015 também entraram na programação.

A produção pernambucana já marca uma boa presença hoje à noite, com o longa Sete Corações, de Dea Ferraz, e o curta Não é Só Mandacaru, de Tauana Uchoa. Sete Corações passa às 18h30, na Igreja da Sé. Trata-se de um primoroso retrato sobre a paixão de sete maestros pelo frevo, entre eles José Menezes, Clóvis Pereira, Guedes Peixoto e Ademir Araújo. O curta, exibido às 20h, na Tenda Ribeira, mostra que o Nordeste é só uma amontoado de clichês cultivados pela mídia, ao apresentar a rica tradição poética do Sertão do Pajeú, especialmente a cidade de São José do Egito.

Amanhã, a oferta aumenta em qualidade, o que vai obrigar muita a gente ficar indo e voltando dos dois polos. A partir das 18h, na Tenda da Ribeira, rola o longa Waiting for B., de Paulo Cesar Toledo e Abigail Spindel, sobre os fãs de Beyoncé que acamparam por dois meses para garantir um lugar na primeira fila de um show.

Às 20h, a vez é de Chico Science, Caranguejo Elétrico, de José Eduardo Miglioli, que conta a história do malungo Francisco de Assis França Caldas Brandão, o principal líder do manguebeat, morto precocemente em 1997. Já na Igreja da Sé, às 18h30, outra opção para quem curte música popular é o longa Morena dos Olhos Pretos, que refaz a história da cantora alagoana Clemilda, a Rainha do Forró. Ela ficou famosa por causa das letras de duplo sentido, como Prenda o Tadeu e Forró Cheiroso, que fizeram sucesso em todo o Brasil.

No domingo, um dos destaques é o curta Faz que Vai, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, uma celebração do frevo em todo o seu esplendor. O filme passa na Tenda da Ribeira, às 20h. A seguir, será exibido Caminhos do Coco, de Joice Temple, um documento sobre a expressão popular que é comum a seis estados nordestinos.

Confira a programação completa:

Mimo 2016

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