Bolsa em queda

Sob influência da Petrobras, Bolsa cai 7,7% na pior semana desde 2012

O Ibovespa perdeu 3,73% no dia, menor nível desde 26 de março

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Publicado em 12/12/2014 às 21:33
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O Ibovespa perdeu 3,73% no dia, menor nível desde 26 de março - FOTO: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A forte aversão ao risco no exterior agravada pela derrocada das ações da Petrobras levou o principal índice da Bolsa brasileira a fechar em queda de mais de 3% nesta sexta-feira (12), na sua pior semana desde maio de 2012.

O desempenho também refletiu a alta do dólar, que chegou a operar acima de R$ 2,67 no dia, mas amenizou o avanço durante a tarde, diante de atuações do Banco Central. Mesmo assim, a moeda americana renovou seu maior valor em mais de nove anos.

O Ibovespa perdeu 3,73% no dia, para 48.001 pontos -menor nível desde 26 de março, quando atingiu 47.965 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,541 bilhões.

Na semana, o índice recuou 7,68%. É o pior desempenho semanal desde o período entre 14 e 18 de maio de 2012. No mês, a desvalorização chega a 12,28%.

Boa parte da perda é refletida nas ações da Petrobras, que caíram pelo quinto dia nesta sexta (12) após o jornal "Valor Econômico" revelar que uma gerente da companhia advertiu a atual diretoria de uma série de irregularidades em contratos da empresa muito antes do início da Operação Lava Jato. Partidos de oposição se manifestaram a favor da demissão da presidente da empresa, Graça Foster.

As ações preferenciais da Petrobras, sem direito a voto, fecharam o dia valendo R$ 10,11 cada uma, após caírem 6,56%. É o menor preço dos papéis desde 11 de agosto de 2004, quando custavam R$ 10,09. Já os papéis ordinários da petroleira, com direito a voto, cederam 5,78%, para R$ 9,46 -mais baixa cotação desde os R$ 9,27 registrados em 8 de dezembro de 2003.

"Uma possível troca da diretoria toda da Petrobras daria um pouco mais de credibilidade à empresa, com certeza. Mas os problemas da companhia não seriam resolvidos só com isso", disse Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.

COMMODITIES

Para Machado, a Bolsa também foi afetada pelo menor número de estrangeiros no mercado de ações nacional, afugentados pela insistente desvalorização nos preços das commodities -em especial do petróleo, que renovou seu menor valor em cinco anos e meio nesta sexta (12). Dados ruins na China e na Europa motivaram a baixa das cotações.

"O volume dos contratos de índice futuro está reduzindo, não dá para chamar de fuga de estrangeiros, mas ao menos há redução na quantidade de negócios feitos por eles. O clima de aversão internacional dá fôlego à corrida para aplicações mais seguras."

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