O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou nesta quarta-feira (12), em teleconferência transmitida da África do Sul, que o índice Ibovespa será listado nos países dos chamados "Brics", incluindo Hong Kong, Índia, África do Sul e Rússia. Da mesma forma, segundo ele, índices destes países serão negociados no Brasil. O primeiro passo será com produtos de futuro e opções, sempre em moeda local. "O Ibovespa será negociado como produto de prateleira nessas bolsas", disse.
Desta forma, Pinto acredita que o investidor brasileiro terá uma possibilidade estratégica de investimento para suas carteiras, com acesso a produtos de outros países.
A primeira fase inclui os índices já existentes. Posteriormente, poderão ser criados ETFs e futuros sobre índices.
A iniciativa reúne a BM&FBovespa, a Micex russa, a National Stock Exchange of India, da Índia (NSE), a Hong Kong Exchange como o representante Chinês inicial, e a Johannesburg Stock Exchange (JSE), da África do Sul. A NSE e a BSE Ltd. (ex-Bombay Stock Exchange) já assinaram cartas de apoio e vão aderir à aliança após a finalização de algumas pendências.
"Os Brics vivem um momento econômico muito especial e diferenciado, exatamente o oposto das economias avançadas", afirmou.
A previsão é de lançamento para o primeiro semestre, dependendo ainda da aprovação de reguladores de cada país. Na melhor das hipóteses, segundo ele, sairá em meados do primeiro semestre, e na pior, no final do semestre.
No Brasil, será necessária aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central, mas Pinto considera "perto de zero" a possibilidade de entraves.
Pequeno investidor
Edemir afirmou que ficará a cargo dos reguladores brasileiros a decisão de permitir o investimento em índices de países em desenvolvimento por parte de pequenos investidores. Edemir Pinto defende que não haja restrição. Ou seja, que o pequeno investidor brasileiro possa investir nos principais índices de Rússia, Hong Kong, África do Sul e Índia, equivalentes ao Ibovespa brasileiro. A proposta da bolsa será feita inicialmente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"Não vemos dificuldade para o pequeno, mas a decisão ficará a cargo do regulador", disse, em teleconferência na África do Sul. "Eu não gostaria que tivesse (restrição para pequeno investidor)". Parte das bolsas ainda está decidindo quais os índices que entrarão.