Exportação

Setor de tecnologia da informação ainda tem pouca presença no mercado externo

Brasil exporta muito pouco em hardware - a parte física do computador, formada pelos componentes eletrônicos - em comparação a softwares, os programas de computador

Da ABr
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Publicado em 15/09/2015 às 22:30
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Brasil exporta muito pouco em hardware - a parte física do computador, formada pelos componentes eletrônicos - em comparação a softwares, os programas de computador - FOTO: Foto: USP Imagens
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Classificado com o sétimo maior mercado de tecnologia do mundo, o Brasil atrai empresas de todo o globo e, ainda assim, tem uma presença em exportações pequena na área. “O mercado internacional não reconhece a gente como produtor de tecnologia de alto nível na área de TI”, reconhece o coordenador de Serviços e Programas de Computador da Secretaria de Políticas de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, José Henrique Barreiro.

O Brasil exporta muito pouco em hardware - a parte física do computador, formada pelos componentes eletrônicos - em comparação a softwares, os programas de computador. Segundo Barreiro, o país exporta cerca de quatro a cinco vezes mais em software e serviços de TI do que em hardware. “A área de software é uma competência nossa”.

Para o presidente da Federação Ibero-Americana das Entidades de Tecnologia da Informação e Comunicação (Aleti), Roberto Mayer, o setor de tecnologia da informação e comunicação brasileiro, ou TIC como é chamado, está carente de políticas públicas específicas que visem seu fortalecimento.

Mayer dirige a Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional) e, na condição de representante dos empresariado, lamenta que, embora o Brasil seja pujante no mercado de tecnologia da informação, não tenha, a seu ver, uma política pública capaz de mudar o quadro de exportações reduzidas, como um programa estruturante, com uma meta definida.

“Tivemos iniciativas de apoio, a mais recente talvez tenha sido o TI Maior, mas elas são tímidas quando se compara com às iniciativas dos nossos vizinhos”, disse Mayer referindo-se ao Programa Estratégico de Software e Serviços de TI, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

De acordo com a International Data Corporation (IDC), empresa de consultoria norte-americana que trabalha com avaliações sobre o mercado de tecnologia da informação, telecomunicações e tecnologia de consumo, os investimentos em TIC na América Latina crescerão este ano cerca de 5,7%.

No entanto, em relação aos países vizinhos, o Brasil está estacionado, conforme Mayer. O Censo do Setor de Tecnologia da Aleti mostra, por exemplo, que embora o número de empresas da área de TI com algum tipo de exportação corresponda a 17% do total, as companhias que exportam representam um percentual pequeno (3%, em média) em comparação à receita.

Atualmente, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação está fazendo uma avaliação do Programa TI Maior, para avaliar o que pode ser ajustado. Essa agenda digital, como está sendo chamada, envolverá outros órgãos do governo. A conclusão do trabalho está prevista para dezembro e deverá resultar em um novo programa, segundo o coordenador de Serviços e Programas de Computador.

 

Internacionalização

O governo vem incentivando a internacionalização das empresas brasileiras de TIC por meio da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Segundo o coordenador de Serviços e Programas de Computador do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o mercado brasileiro de TIC continua em crescimento. “Tanto é que a gente vê taxas de crescimento de 10%, 11% ao ano”, disse José Henrique Barreiro.

Um dos desafios do setor são os recursos humanos. Não só no Brasil isso ocorre, no mundo inteiro, formar e manter capital humano especializado é algo complicado.

Mayer, da Aleti, afirmou que a expansão que ocorreu nos últimos anos na área de tecnologia não foi acompanhada pela capacitação ou mesmo formação de capital humano. “Em todos os países onde ocorreu essa explosão, você tem falta de recursos humanos”.

Com isso, acaba-se subcontratando serviços de tecnologia em outros países. Segundo Barreiro, há forte evasão nas universidades e falta pessoal de nível técnico, como programadores.

Temas como o desenvolvimento do setor, recursos humanos, educação e investimentos começaram serão discutidos até a próxima quinta (17) no Rio Info 2015, principal evento de tecnologia da informação e negócios do país, no Rio de Janeiro.

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