Conjuntura

Setor de comércio discute a crise econômica no 1º Congresso de Tecnologia para o Varejo

Previsão da Confederação Nacional do setor é de que vendas fechem em queda de 2,5% a 3% em 2015

Da editoria de economia
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Publicado em 03/09/2015 às 9:57
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Previsão da Confederação Nacional do setor é de que vendas fechem em queda de 2,5% a 3% em 2015 - FOTO: Heudes Regis/JC Imagem
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Depois de crescer a taxas chinesas durante quase uma década, o comércio varejista brasileiro sentiu o impacto da crise econômica e vai fechar 2015 com taxa negativa. Pelas contas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas do setor vão encolher entre 2,5% e 3%, na comparação com 2014. As discussões sobre conjuntura e tendências marcaram a primeira edição do Congresso de Tecnologia para o Varejo - Ideias e Soluções Inovadoras, realizado ontem em Caruaru sob o comando da Fecomércio e do Sebrae. Durante o evento, o presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça falou sobre sua trajetória empresarial e fez pontuações sobre a crise.

“Entre 2003 e 2011, o comércio brasileiro cresceu a uma taxa média de 9% ao ano. No início da crise, o setor era o que menos tinha perdido empregos, mas esse cenário se reverteu. O País deve perder 900 mil empregos com carteira assinada este ano e um número importante será na atividade”, observa o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas.

Pelos números do Caged para o primeiro semestre, foram eliminados 345 mil postos de trabalho, dos quais 182 mil foram no comércio, 170 mil na indústria, 134 mil na construção civil e 83 mil na agropecuária.
João Carlos defende que diante do cenário adverso é que os empresários demonstram sua vocação e capacidade de empreender. Nos últimos 3 anos, o investimento do Grupo JCPM em shopping chega a R$ 1,9 bilhão. Foram inaugurados o RioMar Recife e o RioMar Fortaleza e será entregue à população do Ceará, no final de 2016, o RioMar Presidente Kennedy. “Nos momentos de crise os empresários precisam ser criativos, inovadores e austeros nos gastos”, defende.

PERNAMBUCO

Durante o congresso, coube a sócia-diretora da Ceplan, Tania Bacelar, comentar o cenário e as perspectivas para a economia pernambucana e o varejo. Ela destacou que o Estado se beneficiou do aumento do consumo e de uma onda de investimentos, que teve impacto sobre o comércio, Entre 2009 e 2012, a participação do setor no total do PIB passou de 17,7% para 19,7%. O interior também de beneficiou desse momento. O Agreste Central, por exemplo, saltou de uma participação de 7,3% para 7,7% do PIB.

“No intervalo entre 2007 e 2016, Pernambuco vai receber um volume de investimentos da ordem de R$ 105 bilhões. Isso é quase equivalente a todo o PIB estadual, calculado em R$ 140 bilhões”, compara. A economista defende que esses aportes amenizam o impacto da crise por aqui, mas não significa uma imunidade. Tanto, que o comércio já registra queda acumulada no ano de 4%, superior a nacional.

 

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