IMÓVEIS

Saiba como financiar a casa própria com juro fixo na Caixa

Nova linha lançada pelo banco público tem taxas de 8% a 9,75% que se mantêm até o fim do contrato

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 20/02/2020 às 11:30
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Nova linha lançada pelo banco público tem taxas de 8% a 9,75% que se mantêm até o fim do contrato - FOTO: Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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A caixa lançou nesta quinta-feira (20) a sua nova linha para financiamento de imóveis. Com taxa pré-fixada, ou seja, sem mudança na taxa de juros cobrada do início ao fim do contrato, o banco público busca ampliar seu leque de ofertas num momento de retomada do mercado imobiliário. Além dessa nova linha, o banco também prospecta a atuação no "home equity", com o imóvel como garantia do crédito.

A nova linha começa a ser oferecida nesta sexta-feira (21), com taxas que variam de 8% a 9,25% para clientes com relacionamento com o banco. Para aqueles que não têm relacionamento, a taxa máxima chegará a 9,75%, financiando até 80% do valor do imóvel. "A grande vantagem é essa, estar financiando sabendo o que vai ser pago no início do contrato e no fim", reforçou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

"Iremos começar com a taxa em 8% indo até 9,75%. O importante aqui é que estamos começando, nosso foco é iniciar com uma operação de R$ 10 bilhões. Nos avaliar e podemos e reduzir. Essas são as taxas máximas, de acordo com a situação da economia, mas estamos extremamente tranquilos porque isso tem uma gordura que permite todo o head", garantiu. Conforme Pedro Guimarães, o risco dessa modalidade de empréstimo é mais baixo para o banco, já que o prazo médio de recebimento, o duration, fica bem abaixo do tempo total do contrato. "O duration desse empréstimo de 30 anos, sou oito ou cinco anos, isso significa que meu risco não é de trinta anos, é de cinco ou oito", ponderou.  

Taxas mínimas para quem tem relacionamento com o banco:  

8% -  10 anos

8,25% - 20 anos

9 % - 30 anos

Taxa para quem não tem relacionamento: 

9,75% -  30 anos

Para o crédito imobiliário atrelado à Taxa Referencial (TR), a caixa pratica taxa mínima de 6,50% ao ano e taxa máxima de 8,75% ao ano, com três reduções do percentual, a queda foi de 25,7% em 2019 nos juros cobrados nos financiamentos atualizados pela TR no ano passado, segundo o banco. 

"A TR é definida por três pessoas (órgãos), que neste governo são excelentes pessoas, só que quando você toma um empréstimo de 35 anos, está tomando um risco de até oito governos. Eu como presidente do banco, não quero tomar o risco de oito governos, porque não sei o que vai acontecer daqui a 20 anos", disse Pedro Guimarães. 

Segundo ele, hoje, "ao contrário do que as pessoas falam", o maior risco para o financiamento imobiliário está na taxa na modalidade atrelada à TR, atualmente zerada. "A TR já foi 10% ,15%... então quando as pessoas acham que estão tomando com TR que é zero, ela na verdade não é, está zero, basta um descontrole inflacionário e não levar a serio questões fiscais que a TR explode", disse Guimarães. "A taxa fixa tem maior prestação, mas menor risco para o cliente", complementou, ao comparar as linhas de crédito e, de certo modo, admitir que o novo modelo pode ser mais caro.

Na linha mais recente, lançada no mês de agosto do ano passado, a caixa financiou com juros atrelados à inflação (IPCA) - 2,95% a 4,95% + IPCA (4,31 em 2019) - a moradia de 64 mil pessoas, alcançando um total de R$ 3,7 bilhões em operações, equivalentes a 15 mil contratos. Fora os contratos já firmados, até 31 de dezembro de 2019, a Caixa possuía mais de 6 mil propostas em andamento, totalizando R$ 1,1 bilhão.

Caixa no mercado imobiliário

No ano passado, a Caixa retomou a liderança na contratação com recursos SBPE, passando de 4º lugar para o 1º lugar na relação dos bancos. O saldo da carteira de crédito habitacional cresceu 4,6% em 12 meses e chegou a R$ 465,1 bilhões em dezembro de 2019, dos quais R$ 288,7 bilhões foram concedidos com recursos FGTS e R$ 176,4 bilhões com recursos do próprio banco público. Atualmente, a participação da Caixa é de 69,2% no mercado. 

Home equity e duas garantias

Durante a apresentação da nova linha pré-fixada, o presidente da Caixa também garantiu que o banco passará a ofertar de forma mais incisiva as modalidades Home Equity e o uso do imóvel para segunda garantia de um financiamento, modalidade que está sendo estudada pelo Banco Central para o mercado brasileiro. 

"Nós vamos fazer muito forte essa questão do Home Equity e segunda garantia. Nós vamos fazer, porque temos meio trilhão de reais de garantias", afirmou Guimarães. 

O Home Equity é uma forma de crédito com imóvel de garantia, ainda pouco utilizada no Brasil. Com ele, o credor do empréstimo recebe, do devedor, um imóvel como forma de garantia pela operação, tornando-se dono dele até que se pague a dívida.

No caso das duas garantias, o que o Banco Central hoje avalia é permitir que um único imóvel seja usado para garantia de mais de um financiamento. A nova modalidade, segundo o BC, teria potencial de elevar em R$ 500 bilhões o valor que pode ser injetado no mercado de crédito no longo prazo, além do que a proposta deve reduzir as taxas de juros e dinamizar a atividade econômica. 

 

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