Infraestrutura

População local se preocupa com impactos do Arco Viário

Nova rodovia não foi unanimidade em audiência pública nesta terça (26)

Giovanni Sandes
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Publicado em 27/02/2013 às 5:26
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Nova rodovia não foi unanimidade em audiência pública nesta terça (26) - FOTO: NE10
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O Arco Viário não foi unanimidade na audiência pública de ontem. A grande preocupação do público diz respeito ao grande porte da obra, que vai mexer com muita gente direta e indiretamente.

Apesar dos debates na audiência pública, nesta terça (26), Mauro Lima, do Fórum Estadual de Reforma Urbana (Feru/PE), reclama da pouca discussão sobre o projeto. “O Arco sequer foi discutido no Conselho das Cidades, fórum consultivo do governo. Uma audiência pública não é o local para um debate adequado sobre a qualidade e a necessidade do projeto. Não se discute de verdade”, reclama Mauro Lima.

Cerca de 4.200 famílias hoje vivem nas terras atingidas pelo decreto de desapropriação de terras para o Arco Viário, publicado pelo governo ano passado. De acordo com o Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) da obra, um total de 14.759 pessoas precisarão ser reassentadas, o que exigirá pequenas alterações no traçado da rodovia, recolocação das pessoas afetadas na mesma área ou um programa de reassentamento para a população afetada.

Em seus 77 quilômetros de extensão, o Arco Viário terá uma faixa de 100 metros de largura de terras. Assim, o decreto de desapropriação resultou em uma área gigante, equivalente a quase um bairro de Boa Viagem e meio: 868 hectares.

Héctor Días González, assessor geral do estudo do Arco Viário pela consultoria Moraes e Albuquerque, comentou que os impactos envolvidos nas obras do Arco não violam a legislação e podem ser compensados com a adoção de vários programas e ações de compensação ou mitigação de impactos ambientais, como as desapropriações.

“Não será preciso deslocar comunidades inteiras, apenas parte delas”, explicou Héctor.

Na apresentação, ele mostrou que, apesar das grandes dimensões da área atingida na desapropriação para as obras, só há vegetação nativa em 35,79 hectares da faixa por onde passará a rodovia, ou seja, 4,64% da faixa de domínio.

A proposta da consultoria é compensar o desmatamento com o plantio de 71,48 hectares de vegetação nova. Outro grande impacto será a detonação de 2 milhões de metros cúbicos de rocha, concentrados principalmente no trecho sul do Arco, entre a BR-101 Sul e a BR-232.

Ainda de acordo com os estudos, uma das grandes vantagens do Arco, com a retirada dos caminhões da BR-101, seria a redução dos acidentes na rodovia, que de 2007 a 2011 acumulou 13.429 acidentes, sendo 490 mortes.

 

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